Quais os sintomas de refluxo e como tratar?
Descubra os sintomas do refluxo gastroesofágico, como azia e queimação, e saiba quando buscar ajuda médica para evitar complicações.

O refluxo gastroesofágico é uma condição bastante comum que afeta adultos e crianças - incluindo bebês. Isso porque os sintomas de refluxo são relativamente fáceis de identificar, com uma queimação no estômago ou na garganta, mas tendem a incomodar no dia a dia das pessoas.
Essa condição acontece quando o conteúdo do estômago, que normalmente deveria seguir seu fluxo até o intestino durante a digestão, retorna para o esôfago. Apesar de ser comum, principalmente após refeições pesadas ou no período noturno, ela pode se tornar crônica, prejudicando a qualidade de vida de quem sofre com o problema.
Assim, entender os sintomas, os agravantes e como aliviar esse quadro é essencial para prevenir que o refluxo seja apenas um episódio ocasionalmente, e não algo rotineiro. O conhecimento das causas e formas de evitar a condição também pode evitar lesões ou a necessidade de tratamento mais sérios.
Principais sintomas do refluxo
Alguns dos sintomas de refluxo mais comuns são:
- Azia, uma sensação ardência e queimação na região do peito, ou da garganta;
- Sensação da comida voltando para a boca, como se fosse uma ânsia de vômito ou algo preso na garganta;
- Gosto ácido ou amargo na boca, normalmente provocado pela subida do conteúdo que estava no estômago.
Em alguns casos, pacientes também podem ter tosse, com rouquidão ou pigarros, dor no tórax ou na hora de engolir alimentos, náuseas e até vômitos.
Crises de refluxo acontecem geralmente após a ingestão de alimentos gordurosos ou muito temperados, cafeína ou bebidas alcoólicas. Isso porque, nesses casos, o esfíncter esofágico inferior (válvula que separa estômago e esôfago) relaxa mais do que deveria, permitindo que o alimento volte ao estômago em vez de seguir o caminho normal para o intestino.
Além disso, o desconforto pode acontecer após grandes refeições, quando o indivíduo está deitado ou até quando usa roupas muito apertadas ao comer.
Causas e fatores de risco
O refluxo não é necessariamente culpa da comida. Apesar dos hábitos de alimentação influenciarem na ocorrência dos episódios, a condição também pode ter fatores anatômicos, como a hérnia de hiato, em que parte do estômago se desloca para o tórax, facilitando o retorno do ácido. Além disso, excesso de peso (obesidade), gravidez e tabagismo aumentam a pressão abdominal, sendo fatores de risco para o problema.
Alguns medicamentos, como anti-inflamatórios e certos relaxantes musculares, também podem reduzir o tônus do esfíncter esofágico e aumentar as chances de um episódio de refluxo. Dietas ricas em gordura ou hábitos como comer rapidamente e em grandes quantidades são outros gatilhos comuns.
Vale lembrar que o refluxo também pode ser agravado por fatores emocionais, como estresse e ansiedade, que afetam o ritmo digestivo e aumentam a percepção da dor.
E apesar dos sintomas facilmente identificáveis, um diagnóstico preciso depende de orientação médica, com análise a partir dos sintomas clínicos. Em alguns casos, exames como endoscopia digestiva alta e a pH metria podem ajudar a confirmar o refluxo com mais segurança.
Tratamentos disponíveis
O tratamento do refluxo envolve mudanças de hábitos, medicamentos e, em casos graves, intervenções cirúrgicas.
Entre os remédios mais utilizados estão os inibidores de bomba de prótons (como omeprazol e pantoprazol), que reduzem a produção de ácido, e os antiácidos, que oferecem alívio rápido, neutralizando o conteúdo gástrico. Existem também os bloqueadores H2 e pró-cinéticos, que ajudam o esvaziamento do estômago.
Mas os medicamentos não são os únicos métodos para aliviar os sintomas de refluxo. Também é possível tomar medidas simples em casa, como beber água em pequenas goles, evitar se deitar logo após as refeições e, se for necessário, até elevar a cama em alguns centímetros para ficar em uma posição mais confortável.
Alimentos mais leves, como arroz, batata, frutas menos ácidas (banana e maçã) e carnes magras também costumam ser digeridos mais facilmente em momentos de crise.
Em algumas situações, quando o tratamento medicamentoso e as técnicas caseiras não funcionam, o refluxo pode acabar causando lesões ou estreitamentos no esôfago. Nesses casos, a cirurgia pode ser considerada. A técnica mais conhecida é a fundoplicatura, que reforça a válvula do esôfago.
Rotina alimentar ideal para quem sofre com refluxo
Como falamos, o problema não é causado apenas pela alimentação, mas uma rotina alimentar equilibrada é um importante para controlar os sintomas de refluxo. Nesse sentido, o tratamento também envolve ajustes na dieta.
A rotina alimentar ideal envolve comer em pequenas porções, evitando refeições muito volumosas, principalmente durante a noite ou pouco tempo antes de ir dormir. É recomendado aguardar pelo menos duas a três horas antes de se deitar após a última refeição.
Alimentos gordurosos, frituras, chocolates, bebidas alcoólicas e refrigerantes devem ser consumidos com moderação ou evitados, já que relaxam o esfíncter esofágico e aumentam a produção de ácido. Temperos muito fortes, café em excesso e frutas cítricas também podem intensificar os sintomas.
Isso não quer dizer que a dieta precisa excluir completamente esses alimentos, mas sim consumi-los com moderação, evitando exageros.
Por outro lado, alimentos ricos em fibras, vegetais cozidos, proteínas magras e grãos integrais tendem a ser bem tolerados. Beber bastante água ao longo do dia também ajuda na digestão e diminui a irritação da mucosa esofágica, aliviando os sintomas.
A prática de atividades físicas moderadas e a manutenção do peso adequado são complementares ao tratamento, reduzindo a pressão intra-abdominal e, consequentemente, o risco de refluxo.
Conclusão
Os sintomas de refluxo podem até ser comuns, principalmente após as refeições, mas não devem ser ignorados. Quando não tratada adequadamente, a condição pode levar a casos mais sérios, como inflamações, tosse crônica e até dores mais intensas.
Nesse sentido, reconhecer os sintomas e as técnicas para aliviá-los ajuda a manter o problema sob controle e evitar crises. Além disso, isso permite sabe quando é a hora certa de busca orientação médica ou iniciar um tratamento mais intenso.
Se você sofre com queimação frequente, tosse ao deitar ou sensação constante de ácido na garganta, não ignore esses sinais. Procure um gastroenterologista para receber um diagnóstico preciso e discutir o tratamento mais adequado ao seu caso.
E vale sempre lembrar que, antes de começar um tratamento com qualquer medicamento, é importante consultar a bula digital. Esse recurso permite tirar dúvidas sobre uso, dosagem e efeitos colaterais sem necessidade de recorrer à bula impressa. Fica mais fácil e rápido de encontrar o que você precisa.
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