Conheça as causas da anemia falciforme, seus sintomas e cuidados essenciais
A anemia falciforme é uma doença genética hereditária, onde os glóbulos vermelhos do sangue assumem uma forma de foice e a sua função é comprometida.

Essa condição faz parte de um grupo chamado doença falciforme, que engloba diferentes alterações genéticas relacionadas à produção da hemoglobina S, uma variante da proteína que transporta oxigênio pelo corpo. O problema é que, em vez de permanecerem arredondadas e flexíveis, como ocorre em glóbulos vermelhos saudáveis, as células assumem um formato irregular.
No Brasil, a anemia falciforme é considerada um dos maiores problemas de saúde pública entre as anemias hereditárias, sendo mais prevalente em pessoas de ascendência africana, mas podendo afetar qualquer indivíduo.
O diagnóstico precoce e os avanços nos métodos de cuidado têm melhorado a qualidade de vida e anemia, permitindo que pacientes tenham maior controle dos sintomas e prevenção de crises.
O que é anemia falciforme?
A anemia falciforme é uma doença genética causada por uma alteração no gene que produz a hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue.
Essa alteração faz com que os glóbulos vermelhos adquiram um formato em foice, o que dificulta sua passagem pelos vasos sanguíneos e reduz sua capacidade de levar oxigênio para os tecidos. Por serem mais frágeis, essas células também têm um tempo de vida mais curto, o que leva ao quadro de anemia crônica.
Quais as causas e fatores de risco
A anemia falciforme é causada por uma mutação genética que afeta a produção da hemoglobina, fazendo com que surja a forma anormal chamada hemoglobina S.
Em condições normais, a hemoglobina A garante que os glóbulos vermelhos mantenham sua estrutura arredondada. Porém, quando há predominância ou associação da hemoglobina S, ocorre a deformidade celular.
Essa alteração genética pode ser herdada de um ou ambos os pais, o que explica por que a anemia falciforme é classificada como uma anemia hereditária. Dessa forma, o fator de risco principal é a herança genética.
Possíveis complicações
As complicações da anemia falciforme surgem quando a doença evolui e os episódios de dor ou crises se tornam mais frequentes. Nesses casos, há maior risco de danos permanentes em órgãos e sistemas importantes.
Entre as complicações mais graves estão o acidente vascular cerebral (AVC), que pode deixar sequelas neurológicas, e a síndrome torácica aguda, que compromete a respiração e pode levar à insuficiência respiratória. Além disso, rins, fígado, coração e baço podem sofrer alterações, aumentando a vulnerabilidade a infecções e falhas funcionais.
A longo prazo, podem ocorrer necrose óssea, úlceras crônicas nas pernas e problemas de visão. Essas complicações reforçam a importância de conhecer os sintomas e fazer o acompanhamento médico, além da adesão ao tratamento da anemia falciforme
Principais sintomas
Os 7 principais sintomas da anemia falciforme são:
- Crises de dor intensa;
- Cansaço e fraqueza;
- Pele e olhos amarelados (icterícia);
- Inchaço nas mãos e pés;
- Infecções frequentes;
- Em caso de crianças, pode ocorrer atraso no crescimento ou puberdade;
- Problemas nos rins, pulmões, coração, visão ou cérebro, em casos graves.
Os sintomas da anemia falciforme são variáveis e podem se manifestar desde os primeiros meses de vida. As crises de dor intensa são uma das marcas mais conhecidas, ocorrendo quando os glóbulos em forma de foice bloqueiam a passagem do sangue. Essas dores podem aparecer em ossos, articulações ou músculos e interferir nas atividades diárias.
O cansaço constante é outro sintoma comum, consequência da dificuldade dos glóbulos deformados em transportar oxigênio. No caso da icterícia, ela é percebida pelo amarelamento da pele e dos olhos, surge devido à destruição acelerada das células sanguíneas, liberando bilirrubina no organismo. Já o inchaço em mãos e pés ocorre com frequência em crianças, sendo um sinal importante para diagnóstico precoce.
Infecções repetidas e complicações em órgãos vitais, como rins e pulmões, tornam a doença ainda mais desafiadora. Em crianças, atrasos no desenvolvimento físico e puberal também são preocupações recorrentes.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da anemia falciforme é feito por meio de exames laboratoriais que identificam a presença da hemoglobina S no sangue.
No Brasil, o teste do pezinho é obrigatório e permite identificar a doença falciforme logo nos primeiros dias de vida, favorecendo o início precoce do acompanhamento. Além disso, exames específicos, como a eletroforese de hemoglobina, confirmam a presença da alteração genética, diferenciando o traço falciforme da forma completa da doença.
Esse diagnóstico é muito importante, já que a doença pode se manifestar de maneiras variadas e confundir-se com outras condições. A identificação precoce possibilita intervenções rápidas, reduzindo o risco de complicações graves e oferecendo maior segurança à criança e à família.
Para adultos que não realizaram o rastreio neonatal, exames de sangue continuam sendo o caminho para confirmar a alteração.
Quais os tratamentos de anemia falciforme disponíveis?
O tratamento da anemia falciforme combina diferentes abordagens para aliviar sintomas, reduzir complicações e melhorar a expectativa de vida.
Entre os recursos disponíveis estão as transfusões de sangue, que ajudam a reduzir a quantidade de glóbulos em forma de foice na circulação, diminuindo o risco de crises e complicações graves.
Em casos mais graves, pode ser indicado o transplante de medula óssea, que é a única forma de cura total, embora essa cirurgia envolva riscos e só seja possível em pacientes com doador compatível.
A medicação para anemia falciforme também tem papel central. A hidroxiureia, por exemplo, é um fármaco que estimula a produção de hemoglobina fetal, reduzindo a formação de glóbulos deformados. Além dela, novos tratamentos vêm sendo estudados, ampliando as opções para controlar a doença. O uso de antibióticos profiláticos e suplementação de ácido fólico também pode ser recomendado, conforme avaliação médica.
Em todas as situações, consultar a bula digital dos medicamentos ajuda a esclarecer dúvidas sobre uso e possíveis efeitos adversos, sempre com orientação médica.
Importância do acompanhamento médico contínuo
O acompanhamento médico contínuo é essencial para pessoas com anemia falciforme, pois permite controlar sintomas, prevenir complicações e ajustar os tratamentos conforme a evolução da doença.
A rotina de consultas possibilita que o médico monitore parâmetros laboratoriais, avalie a eficácia do tratamento e identifique precocemente alterações que podem indicar risco de crise de anemia falciforme ou complicações em órgãos vitais. Essa supervisão é fundamental para garantir maior qualidade de vida e anemia sob controle.
Além disso, o acompanhamento regular ajuda a alinhar medidas preventivas, como vacinação atualizada, orientações nutricionais e monitoramento de sinais de infecção. Como a doença é crônica e hereditária, esse cuidado não se limita a momentos de crise, mas deve ser constante ao longo da vida.
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Dúvidas frequentes (FAQ)
A seguir, tire suas dúvidas sobre a anemia em geral:
Qual o primeiro sinal da anemia?
O primeiro sinal mais da anemia é o cansaço excessivo, que pode vir acompanhado de palidez e falta de disposição para atividades do dia a dia. Esses sintomas ocorrem porque há redução no transporte de oxigênio para os tecidos.
Quando a anemia é grave?
A anemia é considerada grave quando os níveis de hemoglobina estão muito baixos, comprometendo a oxigenação do corpo e provocando sintomas intensos, como tontura, falta de ar e palpitações.
Na anemia falciforme, a gravidade também está relacionada à frequência e intensidade das crises, bem como às complicações em órgãos vitais. Nesses casos, o acompanhamento contínuo é indispensável para prevenir desfechos mais sérios e preservar a saúde.
Como fica uma pessoa com doença falciforme?
A pessoa com doença falciforme pode apresentar crises de dor recorrentes, cansaço, icterícia e maior vulnerabilidade a infecções. Esses sintomas afetam tanto o bem-estar físico quanto a rotina social e emocional.
No entanto, quando o tratamento da anemia falciforme é seguido corretamente e os cuidados com a saúde são mantidos, é possível reduzir crises e complicações, permitindo uma vida mais estável e produtiva.
Quando a anemia falciforme mata?
A anemia falciforme pode levar ao óbito em situações de complicações graves não tratadas, como infecções severas, acidente vascular cerebral ou falência de órgãos.
A anemia falciforme tem cura?
A cura só é possível em alguns casos por meio de transplante de medula óssea, geralmente indicado em pacientes com formas graves e que já tenha um doador compatível. Afinal, esse é um procedimento complexo e com riscos, por isso nem sempre é recomendado.
Quem tem traço falciforme tem sintomas?
Não. Pessoas com traço falciforme geralmente não apresentam sintomas da doença, mas podem transmiti-la aos filhos.
A anemia falciforme é contagiosa?
Não. Ela é uma doença genética, ou seja, não é transmissível de pessoa para pessoa.