Entenda os principais sintomas de síndrome do ovário policístico e saiba quando procurar ajuda médica. Confira sinais e causas comuns.
Identificar os sintomas da Síndrome do Ovário Policístico é o primeiro passo para encarar um tratamento que vai durar a vida inteira. A SOP é um distúrbio hormonal comum que afeta os ovários, especialmente durante a idade reprodutiva.
Ela é caracterizada por um desequilíbrio nos hormônios sexuais femininos, levando à produção excessiva de androgênios (hormônios masculinos).
Infelizmente, essa síndrome ainda não tem cura, por isso a ação medicamentosa e a mudança no estilo de vida são os caminhos mais indicados para controlar as manifestações. Entenda melhor o assunto a partir dos tópicos seguintes!
Os sintomas podem variar de mulher para mulher, mas os mais frequentes incluem:
A síndrome não afeta somente o corpo, ela também tem um impacto profundo, emocional e psicológico, ocorrendo tanto pelos efeitos hormonais diretos quanto pelas consequências físicas e sociais da síndrome.
As principais manifestações emocionais e psicológicas associadas à condição incluem:
Com sentimentos persistentes de tristeza ou desesperança, perda de interesse em atividades antes prazerosas, baixa energia e cansaço constante, além da dificuldade de concentração.
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Preocupação excessiva e constante, sensação de nervosismo ou agitação acompanhado de problemas para dormir ou relaxar e o medo de julgamentos, devido a manifestações físicas como acne ou excesso de pelos.
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Vergonha ou constrangimento com alterações no corpo (ganho de peso, acne, hirsutismo), seguido pelo sentimento de inadequação ou “não ser feminina o suficiente” e evitar atividades sociais ou íntimas.
Muitas mulheres sofrem com a diminuição da libido, sentimento de frustração com o próprio corpo e a dificuldade em se sentir desejada ou confiante em relacionamentos.
Ocorre devido à irritabilidade frequente, com crises de choro e a sensação de estar emocionalmente instável.
Outras alterações hormonais femininas apresentam sintomas semelhantes aos da SOP, o que pode dificultar o diagnóstico.
Por exemplo, o hipotireoidismo também causa ciclos menstruais irregulares, ganho de peso e cansaço, mas está associado à pele seca, queda de cabelo difusa e níveis elevados de TSH, diferente da SOP, que envolve oleosidade, acne e aumento de andrógenos.
Outra condição que pode ser confundida com SOP é a hiperprolactinemia, que também provoca ausência de menstruação e redução da libido, mas se diferencia pela presença comum de galactorreia (secreção láctea pelas mamas) e níveis elevados de prolactina.
Já a hiperplasia adrenal congênita (forma não clássica) pode causar hirsutismo e acne desde a infância, diagnosticada por meio da dosagem da 17-OH progesterona.
A menopausa precoce também se diferencia da SOP por apresentar níveis muito altos de FSH e queda acentuada de estrogênio, resultando em falência ovariana antes dos 40 anos e infertilidade severa.
O diagnóstico de Ovário Policístico é clínico e laboratorial, baseado em critérios bem estabelecidos. O mais utilizado atualmente é o Critério de Rotterdam, que define o diagnóstico quando pelo menos dois dos três critérios abaixo estão presentes, após exclusão de outras causas:
Além desses critérios, o médico solicita exames de sangue hormonais para descartar outras condições que podem provocar manifestações semelhantes, como hipotireoidismo, hiperprolactinemia e hiperplasia adrenal congênita.
Os hormônios mais comumente avaliados são: TSH, prolactina, FSH, LH, testosterona total e livre, 17-OH progesterona e insulina.
O ultrassom transvaginal é importante, mas não obrigatório para o diagnóstico, especialmente em adolescentes.
Vale lembrar que nem toda mulher com ovários policísticos tem SOP, e o diagnóstico deve sempre considerar o quadro clínico na totalidade. Por isso, o acompanhamento com um ginecologista ou endocrinologista é essencial.
Quando identificada no início, é possível controlar os sintomas com mudanças no estilo de vida, acompanhamento médico e, se necessário, uso de medicamentos.
Isso ajuda a regular o ciclo menstrual, reduzir o excesso de andrógenos (como acne e hirsutismo) e melhorar a fertilidade.
Além disso, a SOP está associada a riscos aumentados de problemas metabólicos, como resistência à insulina, diabete tipo 2, colesterol alto e doenças cardiovasculares.
O diagnóstico precoce permite o monitoramento desses fatores, reduzindo significativamente o risco de desenvolver essas condições crônicas ao longo da vida.
A identificação e o tratamento desde cedo ajudam a preservar a autoestima, o bem-estar psicológico e a qualidade de vida da mulher.
Você deve procurar um médico ao perceber sinais persistentes que podem indicar SOP, como irregularidade menstrual, acne severa, excesso de pelos (hirsutismo), queda de cabelo, ganho de peso repentino ou dificuldade para engravidar.
Mesmo sintomas aparentemente "comuns" podem ser indicativos de um desequilíbrio hormonal e merecem atenção, principalmente se interferem na sua qualidade de vida.
O profissional mais indicado para iniciar a investigação é o ginecologista, pois ele está habituado a lidar com alterações hormonais do ciclo menstrual e da função ovariana.
Dependendo do caso, o ginecologista pode trabalhar em conjunto com um endocrinologista, especialmente se houver sinais de resistência à insulina, obesidade ou outras disfunções hormonais associadas.
O tratamento para SOP é individualizado e depende dos sintomas predominantes e dos objetivos da paciente, como regular o ciclo menstrual, controlar acne e excesso de pelos, perder peso ou engravidar.
Em geral, o primeiro passo inclui mudanças no estilo de vida, com foco em alimentação balanceada e atividade física regular, especialmente em casos de sobrepeso ou resistência à insulina.
O acompanhamento pode envolver o uso de anticoncepcionais hormonais, que ajudam a regular o ciclo menstrual e reduzir os níveis de andrógenos, além de medicações como a metformina, indicada em casos de resistência à insulina.
Para sintomas específicos, como acne ou hirsutismo, podem ser utilizados medicamentos antiandrogênicos ou tratamentos dermatológicos. Quando há desejo de engravidar, são indicados indutores de ovulação.
Além do ginecologista, o acompanhamento pode envolver endocrinologistas, nutricionistas e psicólogos, de forma multidisciplinar.
O acompanhamento contínuo dos sintomas da Síndrome do Ovário Policístico é essencial para monitorar a resposta ao tratamento, prevenir complicações metabólicas e cuidar da saúde emocional da paciente ao longo do tempo.
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