Como identificar e tratar sarna humana
Entenda o que é sarna humana, seus principais sintomas, formas de contágio e como tratar. Confira dicas de prevenção e cuidados essenciais.

A sarna humana, em si, não é uma doença fatal. Contudo, se não tratada adequadamente, leva a complicações. Isso porque o ato de coçar as áreas afetadas causa lesões na pele, permitindo a entrada de bactérias e resultando em infecções secundárias, como o impetigo, que em casos graves, se espalham.
A sarna humana, também conhecida como escabiose, é uma infecção de pele causada por ácaro. Altamente contagiosa, provoca coceira intensa e lesões que podem levar a complicações. A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com pessoas infectadas, tornando-se um problema frequente em ambientes coletivos.
Entenda como ela funciona e de que forma tratar a seguir!
O que é a Sarna Humana (escabiose)
A sarna humana, ou escabiose, é uma doença de pele que provoca coceira intensa e lesões, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis. Nela, o ácaro fêmea fecundado penetra na epiderme e escava túneis onde deposita ovos.
Em poucos dias, os ovos eclodem, liberando larvas que amadurecem e continuam o ciclo. O processo inflamatório ocorre devido à presença dos ácaros e seus dejetos, causando coceira intensa, principalmente à noite.
As áreas mais afetadas incluem espaços entre os dedos, punhos, axilas, mamilos, genitais e abdômen. Além disso, a doença pode afetar pessoas de todas as idades e classes sociais, mas alguns grupos são vulneráveis como:
- Crianças e bebês, devido à maior proximidade física e imaturidade do sistema imunológico;
- Idosos e imunossuprimidos, como pacientes com HIV ou câncer, que podem desenvolver a forma mais grave da doença (crostosa ou norueguesa);
- Pessoas em ambientes coletivos, como creches, escolas, asilos, abrigos e prisões, nos quais a transmissão é facilitada;
- Pessoas em situação de vulnerabilidade, que vivem em condições de higiene precária e superlotação.
Principais sintomas e diagnóstico
A sarna humana manifesta-se principalmente por uma coceira intensa e lesões corporais, que ocorrem devido à resposta alérgica do organismo ao ácaro Sarcoptes scabiei. Os sinais e sintomas de sarna incluem:
- Coceira intensa, especialmente à noite, quando os ácaros estão mais ativos;
- Pequenas lesões avermelhadas (pápulas), frequentemente com crostas devido ao ato de coçar;
- Linhas finas e esbranquiçadas na pele, que correspondem aos túneis cavados pelo ácaro-da-sarna;
- Presença de vesículas (pequenas bolhas) ou pústulas, especialmente em crianças.
A coceira na pele pode levar a lesões secundárias, como infecções bacterianas (impetigo), causadas pelo ato repetitivo de coçar. Também é importante salientar que essa doença aparece em locais onde a pele é mais fina e há maior contato entre as pessoas, como:
- Entre os dedos das mãos;
- Pulsos e cotovelos;
- Axilas;
- Mamilos e aréolas (em mulheres);
- Área genital masculina;
- Abdômen e região ao redor do umbigo;
- Região glútea e parte interna das coxas;
- Em bebês e crianças pequenas, as lesões podem ocorrer também no couro cabeludo, palma das mãos e sola dos pés.
É recomendável procurar um médico (dermatologista ou clínico geral) quando:
- A coceira intensa continuar por mais de duas semanas;
- Ocorrerem lesões visíveis no corpo, especialmente nas áreas típicas;
- Outros membros da família ou pessoas próximas apresentarem sintomas semelhantes;
- Aparecerem sinais de infecção secundária, como pus, inchaço, dor e febre;
- A pessoa for imunossuprimida, idosa ou tiver doenças de pele pré-existentes.
Formas de contágio
A transmissão da escabiose ocorre principalmente pela proximidade com uma pessoa infestada, tornando-se um problema comum em ambientes com alta proximidade física.
O contato direto é a forma mais comum de transmissão e ocorre por meio de contato pele a pele prolongado, como relações sexuais; compartilhamento de cama ou sofá e o contato próximo entre familiares, cuidadores e crianças.
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Embora menos comum, a transmissão por contato indireto pode ocorrer por meio de objetos contaminados, como:
- Roupas;
- Roupa de cama e toalhas;
- Estofados e móveis usados por longos períodos.
O ácaro Sarcoptes scabiei sobrevive por até 48 horas fora do corpo humano, possibilitando a transmissão indireta em alguns casos. Do mesmo modo, certas condições favorecem a disseminação da condição, como:
- Aglomerações e convívio prolongado: ambientes como creches, escolas, asilos e presídios têm maior risco de surtos;
- Higiene inadequada: a dificuldade de acesso a banho e troca de roupas pode contribuir para a persistência da condição;
- Sistema imunológico enfraquecido: pessoas idosas, pacientes com câncer, HIV ou outras doenças debilitantes estão mais suscetíveis a formas graves da escabiose, com maior carga parasitária e risco de transmissão;
- Intimidade frequente: pessoas que convivem na mesma casa ou têm parceiros sexuais estão mais propensas à infestação.
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Tratamento para Sarna Humana
O tratamento envolve o uso de medicamentos tópicos e orais, além de cuidados específicos para evitar a reinfecção e a transmissão da doença. Os principais medicamentos são:
- Permetrina 5% (creme ou loção): tratamento tópico mais eficaz e seguro. Deve ser aplicado em todo o corpo (do pescoço para baixo em adultos, e incluindo couro cabeludo em crianças pequenas) e deixado por 8 a 12 horas antes de lavar;
- Ivermectina (comprimidos): indicado para casos mais graves ou resistentes. A dose é calculada conforme o peso do paciente e repetida após 7 a 14 dias;
- Enxofre 5-10% (pomada para sarna): alternativa segura para gestantes, lactantes e bebês menores de 2 meses. Deve ser aplicada diariamente por 3 dias consecutivos;
- Crotamiton 10% (creme ou loção): é um pouco menos utilizado, por ter eficácia inferior à da permetrina;
- Além desses, anti-histamínicos ou corticoides tópicos leves podem ser recomendados para aliviar a coceira.
Todos os medicamentos devem ser aplicados simultaneamente em todos os membros da família ou pessoas que tiveram contato próximo, mesmo que não apresentem sintomas.
Roupas, roupas de cama e toalhas devem ser lavadas com água quente e passadas a ferro. Se isso não for possível, itens devem ser armazenados em sacos plásticos fechados, por pelo menos 7 dias, para eliminar os ácaros.
O paciente deve evitar contato próximo com outras pessoas até que o tratamento tenha sido concluído. Lembrando que a automedicação pode ser ineficaz e levar à persistência da infestação.
Por isso, é essencial consultar um médico para confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado. Seguir corretamente as doses e tempos de aplicação dos medicamentos é essencial, e o paciente deve retornar ao médico, caso os sintomas não melhorem ou haja sinais de infecção secundária.
Duração, cuidados e prevenção da sarna
Após começar o tratamento, os ácaros morrem rapidamente, mas os sintomas não desaparecem de uma hora para outra. A coceira e a irritação na pele continuarão de duas a quatro semanas, já que o corpo continua reagindo aos danos causados pelos ácaros.
Isso é normal, mas se os sintomas continuarem por mais de um mês ou piorarem, será necessário procurar um médico para avaliar se o tratamento precisa ser repetido.
Para evitar que a sarna humana volte, é essencial higienizar bem roupas, roupas de cama, toalhas e outros objetos que possam ter sido contaminados. O ideal é lavar tudo com água quente, acima de 50 °C, e secar em altas temperaturas.
Para itens que não podem ser lavados, como casacos e travesseiros, a melhor solução é colocá-los em um saco plástico bem fechado por pelo menos sete dias, já que os ácaros não sobrevivem tanto tempo longe do contato humano.
Móveis e colchões podem ser aspirados e expostos ao sol sempre que possível. Lembre-se que dentro de casa, todas as pessoas que tiveram contato próximo com quem está doente devem ser tratadas ao mesmo tempo, mesmo que ainda não tenham sintomas.
Também é importante evitar compartilhar roupas, toalhas e lençóis, até que o tratamento seja concluído. Se a infecção acontecer em locais como escolas, creches ou lares de idosos, é essencial comunicar a instituição para que medidas preventivas sejam tomadas.
As crianças podem voltar às aulas depois de 24 a 48 horas do início do tratamento, mas em casos mais graves, como a crostosa, precisam de isolamento temporário para evitar surtos.
Outro cuidado importante é acessar a bula digital dos medicamentos para a sarna humana. Isso porque você encontrará informações essenciais, como indicações, dosagens, contra indicações e efeitos colaterais, permitindo que o paciente compreenda melhor como usar o medicamento.