A Paralisia de Bell é uma condição que causa uma fraqueza ou paralisia súbita dos músculos de um lado do rosto. Ela ocorre quando o nervo facial sofre algum tipo de inflamação
A Paralisia de Bell é uma condição que, apesar de assustar por sua apresentação súbita, costuma ter bom prognóstico e recuperação completa na maioria dos casos. Ela afeta o nervo responsável pelos movimentos da face e pode comprometer temporariamente a expressão facial de um dos lados do rosto.
Neste artigo, você vai entender o que é, quais são os sintomas e quais são os tratamentos disponíveis para essa condição.
A Paralisia de Bell é uma paralisia facial periférica temporária, geralmente de causa desconhecida, que afeta o nervo facial (nervo craniano VII). Esse nervo controla os músculos da face, e quando ele é afetado, ocorre fraqueza ou paralisia em um dos lados do rosto.
Embora a causa exata não seja sempre conhecida, acredita-se que ela esteja relacionada a uma inflamação do nervo facial, possivelmente desencadeada por infecções virais, como:
Vírus do herpes simples (HSV-1)
Influenza
Vírus Epstein-Barr (mononucleose)
Vírus varicela-zóster (catapora/herpes zóster)
Os sintomas surgem de forma repentina, geralmente em poucas horas, e atingem um único lado da face. Os mais comuns são:
Fraqueza ou paralisia de um lado do rosto
Dificuldade para fechar um dos olhos
Boca caída de um lado
Perda da expressão facial
Alterações no paladar (em parte da língua)
Sensibilidade ao som (hiperacusia)
Lacrimejamento ou ressecamento nos olhos
Em alguns casos, pode haver dor atrás da orelha ou leve formigamento na face antes do início da paralisia.
O diagnóstico é clínico, feito por um médico (geralmente neurologista ou clínico geral), com base na avaliação dos sintomas e do histórico do paciente.
Para descartar outras causas de paralisia facial (como AVC, tumores ou infecções específicas), o médico pode solicitar exames como:
Ressonância magnética
Tomografia
Exames de sangue, se houver suspeita de outras condições associadas
A maioria dos casos tem recuperação espontânea entre 2 a 6 semanas. No entanto, o tratamento precoce ajuda a acelerar a recuperação e prevenir complicações.
Prednisona é o principal medicamento utilizado.
Deve ser iniciado nas primeiras 72 horas após o início dos sintomas para melhores resultados.
Em alguns casos, especialmente se houver suspeita de herpes, pode ser prescrito um antiviral como aciclovir.
O uso combinado com corticoides ainda é debatido, mas pode ser indicado por alguns médicos.
Como o paciente pode ter dificuldade para piscar ou fechar os olhos, é essencial:
Usar colírios lubrificantes
Proteger os olhos com tampões ou óculos
Manter o olho fechado com fita adesiva ao dormir (quando necessário)
Exercícios faciais podem ajudar na recuperação dos movimentos.
Técnicas de reabilitação com profissionais ajudam a evitar rigidez muscular e estimular o retorno das funções.
Cerca de 80% dos pacientes se recuperam totalmente em algumas semanas ou meses.
Uma minoria pode ter sequelas leves, como contrações involuntárias (sincinesias) ou fraqueza residual.
Casos mais graves ou com recuperação incompleta podem precisar de acompanhamento prolongado.
É comum confundir a Paralisia de Bell com um acidente vascular cerebral (AVC), mas há diferenças importantes:
Característica | Paralisia de Bell | AVC |
---|---|---|
Acometimento facial | Apenas um lado, completo | Apenas parte inferior do rosto |
Outras partes do corpo | Sem alteração | Pode haver fraqueza em braço/perna |
Início dos sintomas | Súbito, mas isolado | Súbito, com outros sintomas neurológicos |
Urgência médica | Precisa de avaliação | É uma emergência médica |
A Paralisia de Bell pode causar preocupação por sua manifestação súbita, mas na maioria dos casos é uma condição benigna e temporária. O diagnóstico rápido, o início precoce do tratamento e os cuidados adequados são fundamentais para a recuperação completa.