O câncer de pele é uma das doenças que mais crescem no Brasil, muitas vezes surgindo sem sintomas claros, advindo da exposição prolongada ao sol, principal fator que provoca alterações nas células da epiderme, podendo evoluir para tumores malignos.
Identificar os primeiros sinais e entender os diferentes tipos de câncer de pele é fundamental para garantir um tratamento eficaz, evitando que a doença progrida ainda mais.
O câncer de pele é um tipo de carcinoma que se origina nas células da epiderme, quando elas começam a se multiplicar de maneira anormal e descontrolada.
O principal fator de risco é a exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV) do sol ou de câmaras de bronzeamento artificial, que danifica o DNA das células, fazendo com que as células percam o controle do seu crescimento normal.
No início, o tumor pode parecer algo inofensivo: uma manchinha, uma verruga, uma ferida que não cicatriza ou uma pinta que muda de aparência. É justamente por ser sutil que a auto-observação e visitas regulares ao dermatologista são importantes.
Os carcinomas basocelular e espinocelular, mais comuns, costumam crescer devagar e raramente provocam metástases, mas podem causar destruição local importante se não forem tratados, comprometendo tecidos, cartilagens e até ossos.
Já o melanoma, embora menos frequente, é mais perigoso, por ter grande potencial de se espalhar para outros órgãos, levando ao risco de morte.
Cada modalidade tem suas particularidades, sendo mais danosa ou menos agressiva, a depender do tempo de desenvolvimento. Veja como cada uma delas funciona a seguir:
É o tipo mais comum de tumor cutâneo e o menos agressivo. Ele surge a partir das células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme.
Costuma aparecer como uma pequena lesão perolada ou brilhante, às vezes com vasos sanguíneos visíveis, que podem formar crostas ou sangrar facilmente.
Raramente provoca metástases, mas pode crescer localmente e causar destruição dos tecidos ao redor, especialmente se estiver localizado próximo aos olhos, nariz ou orelhas.
Originado das células escamosas, presentes nas camadas superficiais da epiderme, é mais agressivo que o basocelular, invadindo tecidos mais profundos e, em casos menos frequentes, gerando metástases.
Costuma aparecer como uma ferida avermelhada que não cicatriza, uma crosta persistente ou uma verruga endurecida, sendo comum em áreas cronicamente expostas ao sol, como rosto, orelhas e lábios.
É o tipo mais raro entre os três, mas também o mais perigoso devido ao alto potencial de se espalhar para outros órgãos.
O melanoma surge a partir dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, começando como uma pinta ou mancha escura nova, ou por mudanças em uma pinta já existente.
Ele apresenta características como assimetria, bordas irregulares, cores variadas, diâmetro maior que 6 mm e evolução rápida.
Quando diagnosticado precocemente, as chances desse tipo de câncer de pele ter cura são altas, mas quando há metástase, o prognóstico se torna mais grave.
É muito importante ficar atento às manifestações seguintes:
O tempo para o tumor cutâneo se espalhar varia conforme o tipo. Desse modo, o carcinoma basocelular cresce devagar e raramente metastatiza.
Já o espinocelular cresce mais rápido e pode se espalhar em meses. No caso do melanoma, ele pode avançar rapidamente, às vezes em semanas, e tem alto risco de metástase.
Os fatores de risco vão desde atitudes tomadas no cotidiano à predisposição genética. Veja cada um deles:
A radiação ultravioleta (UV) do sol danifica o DNA das células da epiderme, aumentando as chances de surgirem células doentes. Assim, queimaduras solares repetidas, principalmente na infância, são especialmente perigosas.
Ter parentes próximos que já tiveram tumores malignos cutâneos indica uma predisposição genética, que eleva o risco de desenvolver a doença ao longo da vida.
Pessoas com epiderme, olhos e cabelos claros possuem menor quantidade de melanina, pigmento que protege contra os efeitos nocivos da radiação UV, tornando-as mais vulneráveis ao tumor cutâneo.
As lâmpadas desses equipamentos emitem radiação UV intensa, que também provoca danos ao DNA das células cutâneas, aumentando o risco principalmente de melanoma.
Ter excesso de pintas, especialmente as chamadas nevos atípicos (de formato ou cor irregular), eleva a chance de uma delas sofrer transformação maligna.
Pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como transplantados ou portadores de doenças que afetam a imunidade, têm maior dificuldade de reparar danos ao DNA, favorecendo o surgimento do tumor cutâneo maligno.
Contato prolongado com produtos como arsênio e alcatrão agride as células da epiderme e aumenta o risco de tumores cutâneos, principalmente o carcinoma espinocelular.
O diagnóstico começa com a avaliação clínica feita pelo dermatologista, que observa a lesão suspeita diretamente ou com ajuda de um dermatoscópio (aparelho que amplia a imagem e revela detalhes invisíveis a olho nu).
Se existir suspeita, o médico indicará uma biópsia, a qual é o exame principal, no qual se retira um fragmento (ou toda) da lesão para análise em laboratório, e o patologista confirma se é câncer, o tipo e o grau de agressividade.
Leia também: Prevenção ao Câncer: Tipos e exames
Em casos suspeitos de melanoma ou de tumores mais avançados, podem ser solicitados exames de imagem (como ultrassom, tomografia ou ressonância magnética) para avaliar a profundidade da lesão ou verificar se houve metástase para linfonodos ou outros órgãos.
Felizmente, existem boas alternativas para tratar essa doença tumoral no Brasil, entre elas:
É o tratamento mais comum e eficaz para a maioria dos tumores na epiderme, especialmente os carcinomas basocelular e espinocelular.
O procedimento consiste na remoção completa da lesão e uma margem de tecido saudável ao redor para garantir que todas as células doentes sejam eliminadas.
Em casos de melanoma, a cirurgia é ampla, incluindo a retirada de gânglios linfáticos próximos, se houver suspeita de disseminação.
Para lesões superficiais e iniciais, alguns tratamentos tópicos podem ser usados, como cremes ou pomadas com agentes que estimulam a resposta imune ou provocam a destruição das células anormais (exemplo: imiquimode).
Esses tratamentos são indicados principalmente para carcinomas basocelulares pequenos ou pré-lesões malignas, mas não substituem a cirurgia quando há tumores invasivos.
A crioterapia usa nitrogênio líquido para congelar e destruir as células cancerígenas, indicada para lesões pequenas e superficiais, principalmente em tumores pré-existentes e alguns carcinomas basocelulares.
O procedimento é rápido, simples e feito em consultório, mas não é indicado para tumores maiores ou com invasão profunda.
A radioterapia pode ser usada quando a cirurgia não é possível ou para complementar o tratamento após a remoção do tumor, em casos de carcinomas mais avançados ou melanomas em situações específicas.
O procedimento consiste na aplicação de radiação para destruir células doentes remanescentes.
Para melanomas avançados ou metastáticos, tratamentos sistêmicos como imunoterapia (medicações que estimulam o sistema imunológico a atacar a doença) e quimioterapia podem ser indicados.
Esses tratamentos são feitos em centros especializados, voltados para controlar a doença e melhorar a sobrevida quando o tumor já se espalhou.
A prevenção é a melhor forma de evitar a doença, já que a maioria dos casos está ligada à exposição excessiva à radiação UV do sol.
Desse modo, usar protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados, é fundamental para os cuidados com a pele, evitando os danos causados pelos raios UVA e UVB, que podem provocar queimaduras, envelhecimento precoce e alterações no DNA das células, aumentando o risco de tumores.
Além do protetor, outras medidas importantes incluem evitar a exposição solar nos horários de maior intensidade (entre 10h e 16h), usar roupas que protejam a epiderme, chapéus e óculos escuros, e buscar sombra sempre que possível.
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Os órgãos de saúde, como o Ministério da Saúde do Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), reforçam que o câncer de pele é o tipo mais comum no país e no mundo, mas que a maioria dos casos pode ser evitada com medidas simples de prevenção. Por isso, fique de olho!