
Você já se perguntou se pequenos descuidos podem colocar seu fígado em risco? Ou se aquele ferimento aparentemente simples, como um corte durante a manicure, pode te expor à hepatite C?
Muitas vezes, a doença é silenciosa, e os primeiros sinais passam despercebidos, tornando o diagnóstico tardio um problema comum.
No mundo, cerca de 1,4 milhões de mortes por ano são atribuídas às hepatites virais, incluindo aquelas que envolvem complicações como a cirrose e o câncer hepático. No Brasil, foram registradas 917 mortes causadas pelo vírus C somente em 2022.
Ao longo deste texto, você vai descobrir:
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Trata-se de uma patologia causada pelo vírus HCV. O quadro pode aparecer de forma aguda, com sintomas que surgem logo após a exposição ao patógeno, e se tornar crônico.
Com o tempo, o agente causador da infecção danifica as células do fígado e interfere no seu funcionamento. O órgão, já sobrecarregado, perde parte da capacidade de filtrar substâncias tóxicas e produzir proteínas essenciais para o corpo.
Enquanto os tipos A e E são adquiridos pelo consumo de água ou alimentos contaminados, a hepatite C é transmitida principalmente pela transmissão sanguínea. Além disso, tende a se tornar crônica com mais frequência.
Em comparação à hepatite B, que cursa com transmissão sanguínea e sexual, a C é raramente propagada via relação sexual.
As hepatites D e E têm características próprias: a D só atinge quem já tem a B, e a E é comum em regiões com saneamento precário.
A infecção viral se espalha pela interação direta com sangue contaminado. Em geral, o contágio ocorre pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros instrumentos usados no consumo de drogas.
Além disso, o risco está presente no uso de lâminas de barbear, alicates, tesouras, escovas de dentes e lixas de unha, quando esses objetos entram em contato com pequenas quantidades de sangue infectado.
Procedimentos médicos, odontológicos e estéticos sem esterilização adequada (como tatuagens, piercings, cirurgias e hemodiálise) representam outra forma de propagação do vírus da hepatite.
O uso de sangue ou derivados contaminados e transplantes de órgãos sem triagem também estão entre os principais fatores de risco.
A transferência de mãe para filho durante a gestação ou parto é possível, mas menos frequente. O contágio por via sexual é raro, embora possa ocorrer se houver lesões genitais ou ausência de preservativo.
Nos estágios iniciais, os sintomas da hepatite C passam despercebidos. Quando o quadro evolui, surgem sinais de que há uma infecção viral comprometendo a saúde do fígado. As manifestações incluem:
Em contextos graves, há complicações hepáticas como:
A condição atinge, com frequência, usuários de drogas injetáveis ou inaláveis que compartilham seringas ou canudos.
Também há risco entre quem recebeu transfusões sanguíneas ou hemoderivados antes de 1993. Nessa época, os testes para essa patologia ainda não eram aplicados de forma ampla.
Profissionais de saúde que manipulam material biológico, como agulhas e instrumentos cortantes, também precisam ter cuidado.
Indivíduos com tatuagens ou piercings feitos em locais sem fiscalização estão suscetíveis, assim como quem vive com AIDS ou HIV.
Hemofílicos tratados antes de 1987, pacientes em hemodiálise e detentos também estão mais expostos.
O diagnóstico da hepatite C costuma ocorrer na fase crônica da infecção viral. Na maioria das vezes, a descoberta vem após um teste rápido de rotina ou durante o processo de doação de sangue.
O primeiro passo é realizar o teste de anticorpos anti-HCV, que identifica se a pessoa teve contato com o vírus. Se positivo, o médico solicita o exame de carga viral (HCV-RNA) para confirmar se há infecção ativa no organismo.
Com esses resultados, o paciente inicia o acompanhamento médico e o tratamento adequado.
O tratamento da hepatite C varia conforme o tipo do vírus, o estado do fígado e o histórico de saúde de quem foi acometido.
A abordagem é diferente para casos agudos e crônicos, mas o objetivo é o mesmo: eliminar o microrganismo, além de evitar danos aos tecidos e novas infecções hepáticas.
Quando o patógeno é identificado pouco depois da exposição, o profissional de saúde pode indicar medicamentos antivirais.
Em outras situações, recomenda-se repouso, boa hidratação, alimentação equilibrada e evitar o consumo de álcool. O acompanhamento com exames de sangue é importante para verificar se o organismo conseguiu eliminar o agente invasor sozinho.
Nos episódios crônicos, o agente infeccioso permanece ativo por mais de seis meses e pode originar cicatrizes no fígado.
O tratamento envolve antivirais de ação direta, que têm alta taxa de cura e menos efeitos colaterais. Mesmo pessoas com fibrose leve são orientadas a tratar para impedir a progressão da enfermidade.
Não há vacina que proteja contra a doença. Por isso, a prevenção da hepatite C depende da atenção ao contato com sangue.
Nunca compartilhe seringas, agulhas, cachimbos, canudos ou objetos pessoais que possam ter vestígios de sangue. Esses itens devem ser de uso individual!
Aliado a isso, o uso de preservativo em todas as relações sexuais é uma forma importante de prevenção.
Durante o pré-natal, todas as gestantes devem fazer exames para detectar hepatites B e C, HIV e sífilis. Caso o resultado seja reagente, o acompanhamento médico é indispensável.
Quem tem a infecção ativa também precisa manter a vigilância para não transmitir o patógeno.
Isso inclui evitar o compartilhamento de objetos perfurocortantes, cobrir feridas, limpar qualquer respingo de sangue com solução clorada e não doar sangue ou esperma. Familiares e parceiros devem ser testados.
Se não tratada, a infecção viral pode causar danos graves ao fígado e prejudicar outros órgãos.
Pouco a pouco, o fígado passa a acumular cicatrizes, processo chamado de fibrose hepática. Em estágios avançados, essa condição evolui para cirrose.
Em algumas situações, a inflamação contínua leva ao desenvolvimento de um câncer chamado carcinoma hepatocelular.
Já os quadros extremamente graves exigem transplante para manter a vida do paciente.
Além dos danos hepáticos, o vírus HCV afeta outros sistemas do corpo, podendo desencadear doenças renais, diabetes tipo 2, crioglobulinemia mista e linfomas.
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