Entenda como funciona o uso da semaglutida (Ozempic), seus efeitos no organismo, riscos, orientações de uso e resultados na perda de peso.
Nos últimos anos, a semaglutida, princípio ativo de medicamentos como Ozempic e Wegovy, tem despertado o interesse não apenas no tratamento da diabetes tipo 2, mas também como uma aliada no combate à obesidade e ao emagrecimento, no geral.
O avanço de estudos clínicos e a popularidade da medicação trouxeram à tona novas possibilidades de uso, que vão além do propósito original do controle glicêmico.
Neste texto, vamos entender o que é o princípio ativo, como ele funciona e os riscos e efeitos colaterais envolvidos no uso da semaglutida.
A semaglutida é um análogo do GLP-1, um hormônio produzido naturalmente no intestino e que atua na regulação dos níveis de açúcar no sangue, além de promover a sensação de saciedade.
Seu uso original, conforme aprovado por agências reguladoras de saúde (como a Anvisa, no Brasil, e a FDA, nos EUA), é para o tratamento da diabetes tipo 2. A substância age estimulando a liberação de insulina, inibindo o glucagon e retardando o esvaziamento gástrico, o que contribui no controle da glicemia.
Durante os testes clínicos no tratamento da diabetes, foi observado que os pacientes que usaram semaglutida tiveram perda de peso significativa. Essa perda se deve ao efeito de saciedade proporcionado pela substância, que reduz a fome e ajuda no controle da compulsão alimentar.
Com base nesses resultados, novos estudos foram iniciados com foco exclusivo na obesidade e sobrepeso, inclusive em pacientes não diabéticos. A resposta foi, novamente, positiva para o emagrecimento e a obesidade (incluindo os casos que não envolvem diabetes).
Para se ter uma ideia, o Ozempic, que ficou popular no mundo inteiro, é indicado no tratamento da diabetes tipo 2. Já o Wegovy, que também usa semaglutida como princípio ativo, é especificamente indicado para controle de peso.
Os resultados variam de acordo com o perfil de cada paciente. No geral, estudos indicam que é possível perder de 3 a 6 quilos no primeiro mês de uso da semaglutida, especialmente quando associada a uma dieta equilibrada e prática regular de atividades físicas.
Mas é importante lembrar: tudo isso requer prescrição e acompanhamento médico. Além disso, a perda real de peso depende da resposta de cada indivíduo à medicação e à própria dosagem.
Como falamos, a semaglutida deve ser administrada apenas com prescrição e acompanhamento médico. O profissional da saúde também será responsável por indicar a dosagem e a frequência.
Geralmente, o medicamento é aplicado com soluções injetáveis pela via subcutânea, uma vez por semana, com início em uma dose mais baixa, que é aumentada gradualmente. O aumento progressivo reduz possíveis efeitos colaterais gastrointestinais.
Em todos os casos, é importante respeitar o esquema de doses e não interromper o uso abruptamente, a não ser por orientação profissional. Um tratamento seguro também inclui acompanhamento médico, exames periódicos e avaliação dos resultados para ajustes, conforme a necessidade de cada paciente.
Os efeitos colaterais mais relatados do uso da semaglutida são: náuseas, vômitos, diarreia, constipação e dor abdominal. Em alguns casos, também podem ocorrer tontura, fraqueza, perda de apetite e sensação de inchaço.
Esses sintomas costumam ser mais intensos no início do tratamento e tendem a diminuir com o tempo.
Em situações mais graves, o medicamento para causar pancreatite, alterações na vesícula biliar ou reações alérgicas. Nesse caso, é importante procurar o médico imediatamente. Ele será responsável por avaliar o quadro e indicar a suspensão do uso, se necessário.
Vale lembrar também que, mesmo que o medicamento esteja dando resultado no emagrecimento, é importante não suspender a administração abruptamente, nem sem indicação médica. Isso pode causar efeito rebote, em que a pessoa volta a ganhar todo o peso que perdeu (ou, às vezes, até mais).
A duração no uso da semaglutida pode variar de meses até anos, dependendo do paciente e da condição a ser tratada.
Por exemplo, no caso do tratamento da diabetes tipo 2, como com o Ozempic, o médico pode recomendar o uso por anos. Já no caso do tratamento da obesidade, como com o Wegovy, pode variar entre alguns meses até anos.
Como falamos anteriormente, todas essas questões devem ser discutidas junto ao médico responsável, com acompanhamento regular para entender as necessidades do paciente e os resultados.
Vale lembrar também que a popularidade da semaglutida para emagrecimento é recente e vários estudos ainda estão em andamento sobre o tema. Alguns já indicam que pode haver um efeito rebote, com ganho de peso após o fim do tratamento, o que também pode nortear novos acompanhamentos e alternativas ao tratamento no futuro.
O uso da semaglutida sem prescrição ou acompanhamento médico pode trazer sérias consequências para a saúde. Além dos efeitos colaterais mais comuns, como vômitos, náuseas e dores de barriga, existe o risco de hipoglicemia, desidratação, deficiências nutricionais e complicações pancreáticas.
Outro risco é o uso indiscriminado para fins estéticos. Medicamentos como o Ozempic ganharam popularidade nas redes sociais devido a seus resultados na perda de peso, o que pode levar à automedicação por parte de pessoas com esse objetivo.
Nesses casos, por ser um uso sem indicação médica, o paciente não sabe como conduzir o tratamento adequadamente, não sabe a hora de parar nem a dosagem correta, e pode acabar se colocando em risco de desenvolver outras condições de saúde.
Além disso, especialistas já destacam que o perfil de segurança do medicamento a longo prazo não é totalmente conhecido. Por isso, a necessidade de prescrição e acompanhamento médico.
No Brasil, o Ozempic e o Mounjaro, ambos em solução injetável, são registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como medicamentos para tratamento de diabetes tipo 2. O mesmo vale para o Rybelsus, que é administrado em forma de comprimido.
Isso não impede que profissionais da saúde - cientes dos resultados favoráveis dos remédios à perda de peso - os receitem para outros fins, como emagrecimento.
Já o Wegovy, que é mais recente no Brasil e também se popularizou nos últimos meses, é indicado pela Anvisa no tratamento da obesidade/sobrepeso. Ele funciona em solução injetável e é o ideal para o emagrecimento (sempre com acompanhamento médico).
Existem outros medicamentos com semaglutida aprovados no país, como o Povitztra, para obesidade, e o Extension, para diabetes tipo 2.
A Anvisa fornece a lista completa de remédios aprovados no Brasil, bem como sua composição e indicações.
Vale destacar também que, para comprar qualquer um desses medicamentos em farmácias do país, é necessário apresentar prescrição médica em duas vias.
A venda acontece apenas com a retenção de receita, como já funciona com antibióticos. As receitas valem por apenas 90 dias após a prescrição.
Você pode conferir diretamente no site da Anvisa os medicamentos com semaglutida que são aprovados no Brasil.
A semaglutida representa um avanço significativo tanto no tratamento do diabetes tipo 2 quanto no combate à obesidade. Contudo, seu uso deve ser sempre orientado por um profissional de saúde, que saberá avaliar riscos, benefícios e adequação ao perfil de cada paciente.
Evitar a automedicação é o primeiro passo. O segundo é entender que a perda de peso sustentável e com segurança também depende de mudanças no estilo de vida, como alimentação e exercícios físicos.
Se você está considerando iniciar o uso da semaglutida para controle de peso, procure seu médico de confiança e tire todas as suas dúvidas antes de começar o tratamento. E aqui no site, você pode conferir a bula digital de todos os medicamentos mencionados. Confira!