Paralisia de Bell: o que é, sintomas e tratamentos
A paralisia de Bell é um distúrbio neurológico caracterizado por fraqueza súbita ou perda de movimento em um dos lados da face. Geralmente temporária, está associada a inflamações ou infecções virais que afetam o nervo facial, interferindo na expressão e em funções como piscar e sorrir.

Um dia o rosto se movimenta normalmente; no outro, metade dele parece não responder. A paralisia de Bell, ou paralisia facial periférica, compromete as expressões, a fala e até o ato de piscar.
Embora temporário, esse distúrbio gera muitas dúvidas sobre suas causas, o diagnóstico e a reabilitação muscular.
Entender o que acontece com o nervo facial é o primeiro passo para lidar com o problema e evitar sequelas.
Por isso, este artigo explica o que é esse tipo de paralisia, sua diferença para um AVC, quais exames confirmam o diagnóstico médico e muito mais. Continue conosco e entenda todos os detalhes!
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O que é a paralisia de Bell e por que ela acontece?
A paralisia facial periférica trata-se de uma fraqueza ou paralisia instantânea em um dos lados do rosto. Sua origem pode estar ligada a uma infecção viral ou a uma alteração imunológica que provoque inchaço no nervo facial.
Entre os vírus associados estão o herpes simples tipo 1, o herpes zóster, o coxsackievírus, o citomegalovírus e os agentes da gripe, caxumba, rubéola, mononucleose e COVID-19.
Em determinadas circunstâncias, as causas da paralisia de Bell permanecem desconhecidas.
Como a paralisia de Bell afeta o rosto e os nervos faciais?
A condição ocorre quando o sétimo nervo craniano deixa de funcionar corretamente. Essa estrutura é responsável por movimentos faciais, produção de saliva e lágrimas, além de parte do paladar e da audição.
Quando inflamada, o inchaço faz com que ela fique comprimida em passagens estreitas dentro do crânio, o que interrompe o envio dos sinais aos músculos do rosto.
Por consequência, o indivíduo perde a motricidade da face por um breve período.
Fatores que aumentam o risco da paralisia de Bell
Entre os principais fatores de risco estão o diabetes, a hipertensão e a obesidade, pois todos interferem na circulação sanguínea e na transmissão dos sinais nervosos.
Mulheres grávidas, sobretudo nas últimas semanas de gestação ou durante a pré-eclâmpsia, apresentam maior vulnerabilidade. Isso ocorre devido às alterações hormonais e à retenção de líquidos.
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Além disso, quem já teve o problema está mais sujeito a novos episódios.
Sintomas da paralisia de Bell
O quadro costuma surgir de forma brusca. Em poucas horas, as fibras musculares enfraquecem e a face perde a movimentação. A intensidade varia de leve até uma paralisia total, que costuma atingir seu pico entre 48 e 72 horas.
No início, é comum sentir dor atrás da orelha ou do olho. O lado afetado fica liso e sem expressão, enquanto o lado saudável puxa as feições, dando a impressão de “perfil torto”.
Mesmo sem perda de sensibilidade, muitas pessoas relatam sensação de peso ou formigamento.
Outros sinais comuns são:
- Dificuldade para fechar o olho no lado acometido
- Diminuição da produção de lágrimas e saliva
- Boca seca ou salivação excessiva
- Alteração do paladar na parte anterior da língua
- Sensibilidade a sons altos (hiperacusia) no ouvido afetado
- Contrações involuntárias
- “Lágrimas de crocodilo”, quando o olho lacrimeja ao comer ou salivar
Diferenças entre paralisia de Bell e AVC: como distinguir os sintomas
A paralisia de Bell e o AVC têm origens e gravidades distintas. Enquanto a primeira é temporária e costuma ter bom prognóstico, o AVC é uma emergência médica que exige atendimento imediato.
Reconhecer as diferenças é fundamental para agir rápido. Se houver dúvida, o ideal é procurar uma unidade de saúde sem demora.
Na tabela abaixo, listamos as características que distinguem cada condição.
|
Características |
Paralisia de Bell |
AVC |
|
Gravidade |
Leve e temporária |
Emergência médica com risco de morte |
|
Causa |
Inflamação ou compressão do nervo facial |
Interrupção do fluxo de sangue no cérebro |
|
Início dos sintomas |
Em poucas horas |
Em segundos ou minutos |
|
Área acometida |
Apenas um lado do rosto |
Um lado do corpo (face, braço e perna) |
|
Fala |
Típica ou um pouco alterada |
Dificuldade ou perda total da fala (afasia) |
|
Coordenação |
Mantida |
Prejudicada, com perda de equilíbrio |
|
Visão |
Sem alterações |
Turva, dupla ou com perda parcial |
|
Outros sintomas |
Dor atrás da orelha e mudanças no paladar |
Tontura, náusea, dor de cabeça Intensa e confusão mental |
|
Recuperação |
Espontânea, em semanas ou meses. |
Depende da rapidez da intervenção |
Diagnóstico médico e exames que confirmam a paralisia de Bell
O diagnóstico é feito por avaliação clínica. O médico observa os movimentos do rosto e identifica se a ocorrência é unilateral.
Durante a consulta, o profissional pede que o paciente feche os olhos, sorria, levante as sobrancelhas e franza a testa. A resposta a esses comandos indica o grau de comprometimento dos nervos.
Quando há dúvida acerca dos sintomas da paralisia de Bell, o especialista solicita exames complementares para validar o quadro ou excluir outras doenças. Entre eles, estão:
- Eletromiografia (EMG): avalia a atividade elétrica dos músculos da face e identifica a extensão do dano no nervo.
- Ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC): ajudam a verificar se há tumores, fraturas ou inflamações comprimindo a região.
- Exames de sangue: servem para investigar infecções, como a doença de Lyme, que podem provocar manifestações semelhantes.
Essas análises, combinadas à observação clínica, permitem atestar o quadro e definir a melhor maneira de tratá-lo.
Tratamento e cuidados essenciais para a recuperação facial
O tratamento varia conforme a severidade dos sintomas. Em geral, o objetivo é reduzir a inflamação do nervo facial e estimular a recuperação da paralisia de Bell. A seguir, confira as opções disponíveis!
Medicação
Os corticoides costumam ser o principal tratamento para paralisia facial, pois reduzem o inchaço da estrutura nervosa. O início precoce aumenta a probabilidade de o rosto retomar a aparência habitual.
Em alguns contextos, o médico pode indicar o uso combinado de antivirais, como aciclovir ou valaciclovir, junto à prednisona. Essa combinação é mais comum em casos graves, embora os resultados ainda não sejam 100% comprovados.
Fisioterapia
A fisioterapia facial ajuda a evitar que os músculos enrijeçam ou atrofiem. O fisioterapeuta ensina exercícios faciais e massagens que mantêm a mobilidade e estimulam os nervos a reagirem.
Cuidados com os olhos
Quando o olho do lado paralisado não fecha por inteiro, é essencial mantê-lo protegido. A aplicação de colírio lubrificante ao longo do dia e de pomada oftálmica à noite evita o ressecamento.
Óculos de proteção servem para impedir que poeira ou objetos irritem o olho, e um tapa-olho pode ser usado para dormir.
Cirurgia
A cirurgia é raramente indicada, mas pode ser considerada quando há sequelas da paralisia de Bell permanentes. Nesse cenário, o procedimento de reanimação facial busca restaurar parte dos movimentos e o equilíbrio da expressão.
Entre as opções estão lifting de sobrancelhas, lifting de pálpebras, enxertos de nervos e implantes faciais. Alguns desses procedimentos precisam ser repetidos ao longo dos anos, dependendo da evolução do quadro.
Prognóstico e tempo médio de recuperação da paralisia de Bell
A maioria dos pacientes volta a movimentar o rosto após alguns meses. Há grandes chances de cura quando a paralisia é parcial, mesmo sem intervenção terapêutica.
A regeneração acontece quando as fibras nervosas crescem novamente. Esse processo, no entanto, nem sempre é perfeito.
Nos casos em que o bloqueio nervoso é total, o desfecho torna-se bastante incerto. Parte dos pacientes mantém fraqueza ou assimetria da região.
Em média, o tempo de recuperação da paralisia de Bell varia de três a seis meses, mas cada quadro evolui em ritmo próprio. O acompanhamento médico é importante para avaliar a resposta ao tratamento e minimizar sequelas.
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