Paralisia de Bell: o que é, sintomas e tratamentos
A Paralisia de Bell é uma condição que causa uma fraqueza ou paralisia súbita dos músculos de um lado do rosto. Ela ocorre quando o nervo facial sofre algum tipo de inflamação

A Paralisia de Bell é uma condição que, apesar de assustar por sua apresentação súbita, costuma ter bom prognóstico e recuperação completa na maioria dos casos. Ela afeta o nervo responsável pelos movimentos da face e pode comprometer temporariamente a expressão facial de um dos lados do rosto.
Neste artigo, você vai entender o que é, quais são os sintomas e quais são os tratamentos disponíveis para essa condição.
O Que É a Paralisia de Bell?
A Paralisia de Bell é uma paralisia facial periférica temporária, geralmente de causa desconhecida, que afeta o nervo facial (nervo craniano VII). Esse nervo controla os músculos da face, e quando ele é afetado, ocorre fraqueza ou paralisia em um dos lados do rosto.
Embora a causa exata não seja sempre conhecida, acredita-se que ela esteja relacionada a uma inflamação do nervo facial, possivelmente desencadeada por infecções virais, como:
- Vírus do herpes simples (HSV-1)
- Influenza
- Vírus Epstein-Barr (mononucleose)
- Vírus varicela-zóster (catapora/herpes zóster)
Principais Sintomas
Os sintomas surgem de forma repentina, geralmente em poucas horas, e atingem um único lado da face. Os mais comuns são:
- Fraqueza ou paralisia de um lado do rosto
- Dificuldade para fechar um dos olhos
- Boca caída de um lado
- Perda da expressão facial
- Alterações no paladar (em parte da língua)
- Sensibilidade ao som (hiperacusia)
- Lacrimejamento ou ressecamento nos olhos
Em alguns casos, pode haver dor atrás da orelha ou leve formigamento na face antes do início da paralisia.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, feito por um médico (geralmente neurologista ou clínico geral), com base na avaliação dos sintomas e do histórico do paciente.
Para descartar outras causas de paralisia facial (como AVC, tumores ou infecções específicas), o médico pode solicitar exames como:
- Ressonância magnética
- Tomografia
- Exames de sangue, se houver suspeita de outras condições associadas
Tratamento da Paralisia de Bell
A maioria dos casos tem recuperação espontânea entre 2 a 6 semanas. No entanto, o tratamento precoce ajuda a acelerar a recuperação e prevenir complicações.
1. Corticosteroides
- Prednisona é o principal medicamento utilizado.
- Deve ser iniciado nas primeiras 72 horas após o início dos sintomas para melhores resultados.
2. Antivirais
- Em alguns casos, especialmente se houver suspeita de herpes, pode ser prescrito um antiviral como aciclovir.
- O uso combinado com corticoides ainda é debatido, mas pode ser indicado por alguns médicos.
3. Cuidados com os olhos
Como o paciente pode ter dificuldade para piscar ou fechar os olhos, é essencial:
- Usar colírios lubrificantes
- Proteger os olhos com tampões ou óculos
- Manter o olho fechado com fita adesiva ao dormir (quando necessário)
4. Fisioterapia e Fonoaudiologia
- Exercícios faciais podem ajudar na recuperação dos movimentos.
- Técnicas de reabilitação com profissionais ajudam a evitar rigidez muscular e estimular o retorno das funções.
Prognóstico
- Cerca de 80% dos pacientes se recuperam totalmente em algumas semanas ou meses.
- Uma minoria pode ter sequelas leves, como contrações involuntárias (sincinesias) ou fraqueza residual.
- Casos mais graves ou com recuperação incompleta podem precisar de acompanhamento prolongado.
Diferença entre Paralisia de Bell e AVC
É comum confundir a Paralisia de Bell com um acidente vascular cerebral (AVC), mas há diferenças importantes:
Característica | Paralisia de Bell | AVC |
---|---|---|
Acometimento facial | Apenas um lado, completo | Apenas parte inferior do rosto |
Outras partes do corpo | Sem alteração | Pode haver fraqueza em braço/perna |
Início dos sintomas | Súbito, mas isolado | Súbito, com outros sintomas neurológicos |
Urgência médica | Precisa de avaliação | É uma emergência médica |
Conclusão
A Paralisia de Bell pode causar preocupação por sua manifestação súbita, mas na maioria dos casos é uma condição benigna e temporária. O diagnóstico rápido, o início precoce do tratamento e os cuidados adequados são fundamentais para a recuperação completa.