Saiba reconhecer os sintomas de hepatite em crianças, quando buscar ajuda médica, os tipos da doença e os cuidados essenciais durante surtos e diagnósticos.
Em abril de 2022, a Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta para casos repentinos de hepatite em crianças em ao menos 20 países ao redor do mundo.
O que chamou atenção é que o caso era agudo, ou seja, se desenvolveu rapidamente e comprometeu o funcionamento do fígado dos indivíduos. Em muitos casos, foi necessário recorrer a transplantes.
Outra preocupação é que a causa da hepatite não estava ligada a nenhum dos cinco vírus mais comuns que causam a doença (A, B, C, D e E), dificultando o diagnóstico e o controle.
Mesmo agora, alguns anos depois, entender os sintomas, riscos e formas de prevenção da hepatite em crianças é essencial para protegê-las e agir rapidamente.
Hepatite é o termo usado para descrever qualquer tipo de inflamação no fígado. Esse órgão é fundamental para o funcionamento do corpo, já que ele faz a filtragem do sangue e elimina substâncias tóxicas presentes no organismo.
Em crianças, a hepatite pode ocorrer por diferentes motivos: infecções virais, uso de medicamentos, doenças autoimunes, intoxicação por substâncias e até alterações genéticas. Dependendo da causa, a doença pode ser aguda (que se desenvolve rapidamente e tem curta duração) ou crônica (que persiste por mais de seis meses).
A hepatite infantil nem sempre apresenta sintomas evidentes, o que pode dificultar a detecção precoce. Por isso, a observação constante do comportamento e da saúde das crianças é fundamental.
Vale relembrar que são cinco tipos de hepatite, classificados de acordo com os vírus causadores: A, B, C, D e E. Cada um deles tem sinais diferentes (alguns sendo mais claros e outros mais silenciosos).
Alguns sintomas comuns da hepatite em crianças merecem atenção. Em muitos casos, os primeiros indícios incluem cansaço excessivo, febre, perda de apetite e náuseas.
Com o avanço da doença, outros sintomas podem surgir, como dor abdominal (principalmente na região superior direita, onde fica o fígado), icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), urina escura e fezes claras, e vômitos persistentes.
Em casos mais graves, a criança pode apresentar sinais de insuficiência hepática, como confusão mental, hemorragias ou inchaços pelo corpo.
A hepatite misteriosa é uma condição aguda grave que motivou o alerta da OMS em abril de 2022.
Crianças com essa variação da doença apresentaram inflamação hepática aguda, mas testaram negativo para os principais vírus causadores conhecidos (A, B, C, D e E). Muitos casos foram graves, com necessidade de transplante de fígado, e alguns evoluíram para óbito.
A suspeita, na época, era de que a hepatite misteriosa podia ter relação com o adenovírus, já que várias das crianças com a doença também testaram positivo para o vírus. No entanto, apesar de uma possível associação, não está claro se o adenovírus realmente foi responsável pelo quadro de infecção no fígado.
O fato da condição afetar crianças previamente saudáveis chamou ainda mais atenção à época. Inicialmente, uma das suspeitas era da relação da doença com a vacina de Covid-19, que foi posteriormente descartada. Isso porque a maioria dos indivíduos ainda não havia se vacinado.
Hepatite A infantil: é transmitida por via fecal-oral, geralmente por água ou alimentos contaminados. Costuma ser uma infecção aguda e autolimitada, sem evoluir para forma crônica. Alguns pacientes podem não apresentar sintomas, mas os mais comuns, quando aparecem, são: febre, dor abdominal, enjoo, icterícia e fezes claras. A maioria das crianças se recupera totalmente com repouso e hidratação.
Hepatite B: transmitida por sangue, fluidos corporais durante relações sexuais e/ou compartilhamento de objetos contaminados (seringas, agulhas e objetos de higiene), ou de mãe para filho durante o parto. Pode ser aguda ou crônica, e a forma crônica pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado. A vacina contra hepatite B é eficaz e faz parte do calendário infantil.
Hepatite C: também transmitida por contato com sangue contaminado, seja por transfusão ou objetos contaminados. É menos comum em crianças. Em geral, os sintomas são discretos ou inexistentes, mas podem incluir fadiga, dor abdominal, icterícia leve e mal-estar.
Sim, hepatite em crianças pode ser perigosa, principalmente se não for diagnosticada e tratada rapidamente. Quando a inflamação no fígado é intensa ou persistente, há risco de complicações graves, como insuficiência hepática, necessidade de transplante e até óbito.
A gravidade depende da causa, do tempo de evolução da doença e da resposta do organismo ao tratamento. Por isso, é fundamental manter a carteira de vacinação em dia, observar atentamente os sintomas e adotar hábitos de higiene, como lavar as mãos, cobrir a boca ao tossir e espirrar, e lavar bem alimentos.
O diagnóstico da hepatite em crianças envolve uma combinação de avaliação clínica, histórico de sintomas e exames laboratoriais.
Inicialmente, o médico pode solicitar exames de sangue para verificar os níveis de enzimas hepáticas, que indicam inflamação no fígado.
Testes específicos também são realizados para identificar os tipos de vírus da hepatite e descartar outras causas, já que, em muitos casos, os sintomas são comuns a outras doenças.
Em casos mais complexos, exames de imagem podem ser usados para avaliar o tamanho e aspecto do fígado. Em situações graves ou persistentes, pode ser necessária uma biopsia hepática.
O tratamento da hepatite infantil depende da causa e da gravidade do quadro. Em casos leves, como na hepatite A, geralmente é indicado repouso, hidratação e alimentação adequada, com acompanhamento médico regular. A intenção é deixar o corpo se recuperar naturalmente.
Já nos casos de hepatites B e C, medicamentos antivirais podem ser utilizados, principalmente quando há risco de evolução para a forma crônica.
Nos quadros da hepatite misteriosa detectada em 2022, como a causa ainda é desconhecida, o tratamento foi voltado para o controle dos sintomas. Em casos graves, internação hospitalar pode ser necessária. Já o transplante de fígado é considerado quando o órgão perde totalmente a função, sem chance de recuperação.
Os pais e responsáveis devem buscar ajuda médica ao notar qualquer sintoma persistente em crianças, especialmente se houver sinais de icterícia, urina escura, dor abdominal forte, vômitos e febre prolongada.
Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores as chances de um tratamento eficaz e de evitar complicações.
No caso da hepatite misteriosa, como os sintomas são semelhantes a outras hepatites, é essencial que os médicos conduzam uma investigação detalhada para determinar o tratamento adequado, incluindo testagem para outros tipos de vírus.
A prevenção da hepatite infantil envolve principalmente medidas de higiene, vacinação e educação de saúde. Entre as principais ações estão:
Os casos da hepatite misteriosa diminuíram desde 2022, mas a doença é um alerta importante para que pais e responsáveis se mantenham atentos à saúde das crianças e às medidas de prevenção, principalmente voltadas para higiene.
E claro: buscar atendimento médico, quando necessário, pode evitar complicações e salvar vidas.
Também é importante ficar atento às informações vindas de órgãos de saúde.
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