O que é ooforectomia e como funciona a cirurgia?

Entender os motivos clínicos que levam à realização da ooforectomia, seus impactos hormonais e emocionais, e os cuidados no pós-operatório é essencial para mulheres que enfrentam essa cirurgia ginecológica, indicada em casos como câncer, endometriose severa, infecções ou cistos ovarianos persistentes.
A ooforectomia é uma cirurgia ginecológica que consiste na retirada de ovário, de forma unilateral (um ovário) ou bilateral (ambos os ovários). Embora o procedimento possa gerar receios, ele é bastante comum na prática médica e, muitas vezes, essencial para preservar a saúde e a qualidade de vida da mulher.
Essa cirurgia pode ser indicada em casos de câncer, endometriose severa, cistos persistentes, infecções e até como medida preventiva, especialmente em mulheres com alto risco genético.
Neste artigo, você vai descobrir tudo sobre a ooforectomia: quando é indicada, quais são os tipos, como é feita, os cuidados necessários no pós-operatório, impactos hormonais, psicológicos e o papel fundamental da informação médica confiável no processo de decisão.
Quando a ooforectomia é indicada?
A retirada de ovário é uma decisão médica que depende da condição clínica da paciente. Veja os principais motivos que levam à indicação da ooforectomia:
1. Prevenção do câncer de ovário
Mulheres com mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2 possuem risco elevado de desenvolver câncer de ovário. A ooforectomia profilática pode reduzir em até 80% esse risco, sendo uma escolha preventiva em pacientes com histórico familiar.
2. Tratamento de cistos e tumores
Quando há cistos ovarianos persistentes, complexos ou suspeitos, ou ainda tumores (benignos ou malignos), a retirada do ovário afetado é indicada para evitar complicações e garantir um diagnóstico preciso.
3. Endometriose grave
Casos avançados de endometriose, em que os ovários estão comprometidos por lesões extensas, podem requerer a retirada do ovário acometido para alívio dos sintomas e controle da doença.
4. Torção ovariana
A torção de ovário é uma emergência ginecológica em que o órgão gira sobre seu próprio eixo, interrompendo o fluxo sanguíneo. Quando há necrose, a cirurgia de emergência pode incluir a ooforectomia.
5. Infecções severas
Infecções pélvicas que não respondem ao tratamento com antibióticos e causam abscessos podem levar à necessidade de remoção do ovário para evitar complicações sistêmicas.
Saiba mais: Inflamação no ovário: Sintomas, tratamentos e causas
Ooforectomia unilateral ou bilateral: qual a diferença?
A ooforectomia pode ser classificada em dois tipos principais:
Unilateral
A ooforectomia unilateral é a remoção de apenas um ovário. Esse tipo preserva a produção hormonal e a fertilidade, sendo menos impactante do ponto de vista reprodutivo e endócrino. É indicada quando há comprometimento de apenas um dos ovários.
Bilateral
A ooforectomia bilateral é a retirada de ambos os ovários. Com ela, há interrupção total da produção de estrogênio e progesterona, levando à chamada menopausa cirúrgica. Esse tipo é indicado em casos oncológicos, infecções bilaterais ou para prevenção do câncer em pacientes de risco.
Como é feita a cirurgia de ooforectomia?
O procedimento é feito em ambiente hospitalar e sob anestesia geral. Existem duas principais técnicas:
1. Laparoscopia
Minimamente invasiva, a laparoscopia é feita por pequenas incisões no abdômen, por onde são inseridos uma microcâmera e instrumentos cirúrgicos. Vantagens:
- Menor dor no pós-operatório;
- Cicatrizes discretas;
- Recuperação mais rápida;
- Menor risco de infecção.
2. Laparotomia (cirurgia aberta)
Indicada em casos mais complexos, como tumores volumosos ou presença de aderências. Requer uma incisão maior e tem recuperação um pouco mais prolongada.
A cirurgia dura cerca de 1 a 2 horas. A internação varia de 1 a 3 dias, dependendo da técnica e das condições da paciente.
Reposição hormonal após a ooforectomia: quando é indicada?
A retirada dos ovários, especialmente na forma bilateral, interrompe a produção natural de hormônios, podendo causar sintomas de menopausa precoce como:
- Ondas de calor;
- Irritabilidade;
- Insônia;
- Ressecamento vaginal;
- Diminuição da libido.
Indicações da reposição hormonal
- Mulheres abaixo de 45 anos com ooforectomia bilateral;
- Pacientes com sintomas intensos;
- Casos de risco para osteoporose e doenças cardiovasculares pela deficiência hormonal.
Como é feita a reposição?
Pode ser realizada com:
- Comprimidos orais;
- Adesivos cutâneos;
- Implantes subcutâneos;
- Géis transdérmicos.
É essencial que a terapia hormonal seja individualizada e prescrita por um médico, especialmente em pacientes com histórico de câncer hormonossensível.
Riscos e complicações da cirurgia
Toda cirurgia possui riscos. Entre os principais da ooforectomia, estão:
- Infecção no local da incisão;
- Sangramentos;
- Lesões em órgãos adjacentes;
- Reações à anestesia;
- Alterações hormonais abruptas.
Contudo, com preparo adequado, técnica correta e acompanhamento médico, a cirurgia tende a ser segura e com boa recuperação.
Recuperação pós-cirúrgica: o que esperar?
A recuperação depende da técnica utilizada, mas, em geral, o tempo médio é:
- 7 a 14 dias para retorno a atividades leves (laparoscopia);
- 15 a 30 dias para cirurgias abertas.
Cuidados essenciais:
- Evitar esforços físicos;
- Higienizar a área operada conforme orientação médica;
- Observar sinais de infecção (febre, dor intensa, secreção);
- Manter consultas de acompanhamento.
Aspectos psicológicos da ooforectomia
Além dos efeitos físicos, a ooforectomia pode ter impacto emocional profundo, especialmente em mulheres jovens ou que desejam engravidar.
Possíveis reações emocionais:
O suporte psicológico, individual ou em grupo, pode ser determinante para a adaptação emocional. Falar com outras mulheres que passaram pelo procedimento também pode ser uma fonte de acolhimento e encorajamento.
Quando procurar ajuda médica?
Após a cirurgia, procure o médico caso observe:
- Febre persistente;
- Sangramento vaginal incomum;
- Dor abdominal forte;
- Inchaço ou vermelhidão no local da incisão;
- Alterações de humor intensas ou sintomas depressivos.
Além disso, durante o processo de decisão pela cirurgia, leve dúvidas como:
- Qual técnica será usada?
- A cirurgia é unilateral ou bilateral?
- Será necessário fazer reposição hormonal?
- Como isso afetará minha fertilidade e ciclo menstrual?
- Como será o acompanhamento depois da cirurgia?
Informação e cuidado fazem toda a diferença
A ooforectomia é um procedimento relevante, indicado em diversas situações que vão desde o tratamento de doenças ginecológicas até a prevenção de câncer. Embora possa parecer um passo difícil, é uma cirurgia segura, com bons índices de recuperação, quando bem indicada e acompanhada.
Compreender as indicações, técnicas, efeitos e cuidados pós-operatórios ajuda a mulher a tomar decisões com mais segurança e clareza. O apoio emocional, a comunicação com o médico e o acesso à informação de qualidade são pilares para uma experiência positiva.
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