Pancreatite: como o corpo sinaliza que algo está errado
Descubra os principais sintomas de pancreatite, como identificar a doença e quando buscar atendimento médico para evitar complicações graves.

Os sintomas de pancreatite ocorrem em homens e mulheres de qualquer faixa etária, inclusive crianças, embora seja mais comum em adultos entre 30 e 60 anos. Alguns fatores aumentam o risco, como o consumo excessivo de álcool, presença de cálculos na vesícula, triglicerídeos elevados e uso de certos medicamentos.
Os sintomas de pancreatite surgem inesperadamente, chamando atenção para um problema sério que afeta o pâncreas, glândula fundamental para a digestão e o equilíbrio do organismo.
Essa inflamação pode acometer pessoas de todas as idades, manifestando-se com sinais que variam desde dores intensas até complicações mais graves.
Reconhecer esses sintomas e entender as causas e tratamentos disponíveis é essencial para agir rapidamente e preservar a saúde desse órgão vital.
O que é pancreatite e quais são os tipos?
A pancreatite é uma inflamação do pâncreas, glândula localizada atrás do estômago, responsável pela produção de enzimas digestivas e hormônios como a insulina.
Quando ocorre a inflamação, essas enzimas passam a agir anormalmente, atacando o próprio tecido pancreático, em vez de auxiliarem na digestão, causando dor e danos ao órgão.
Essa condição pode ser leve e autolimitada ou evoluir para quadros graves, com risco de complicações sistêmicas. Além disso, existem dois tipos principais, a pancreatite aguda e a crônica.
A versão aguda surge repentinamente e costuma ter duração limitada. Seus sintomas incluem dor abdominal intensa, náuseas, vômitos e, em casos mais graves, febre e complicações como falência de órgãos.
Já a doença crônica é uma inflamação persistente e progressiva, associada ao consumo prolongado de álcool, que leva à destruição gradual do tecido pancreático, resultando em sintomas como dor recorrente, má digestão e perda de peso.
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Principais sintomas de pancreatite
Infelizmente, essa inflamação surge de forma súbita e intensa, trazendo consigo manifestações como:
- Dor abdominal intensa na parte superior do abdome, podendo irradiar para as costas, o que piora após comer, especialmente alimentos gordurosos;
- Náuseas e vômitos;
- Febre;
- Aumento da frequência cardíaca (taquicardia);
- Sensibilidade ao toque abdominal;
- Inchaço abdominal.
Nos casos mais graves, pode ocorrer:
- Queda da pressão arterial;
- Icterícia (pele e olhos amarelados);
- Insuficiência de órgãos.
Causas da pancreatite que são mais comuns
As causas mais comuns variam entre a forma aguda e crônica, mas muitas vezes estão relacionadas a fatores semelhantes. Veja a seguir:
Causas da fase aguda
Estão mais suscetíveis a desenvolver a versão aguda da doença os pacientes que apresentam:
- Cálculos biliares (pedras na vesícula); que podem obstruir o ducto pancreático, levando à inflamação;
- Consumo excessivo de álcool;
- Níveis muito altos de triglicerídeos (acima de 1.000 mg/dL);
- Uso de certos medicamentos, como corticosteroides, diuréticos tiazídicos, azatioprina, entre outros;
- Infecções, com vírus como o da caxumba e o Coxsackievirus;
- Trauma abdominal;
- Procedimentos médicos, como a CPRE (colangiopancreatografia retrógrada endoscópica), que pode irritar o pâncreas;
- Causas idiopáticas, já que em até 20% dos casos a causa não é identificada.
Causas da versão crônica
Pessoas que apresentam as seguintes condições estão mais propensas a desenvolver a forma crônica da doença:
- Abuso crônico de álcool;
- Ataques repetidos de infecção aguda podem levar à forma crônica;
- Doenças genéticas, como a fibrose cística ou mutações no gene PRSS1 (inflamação pancreática hereditária);
- Obstrução dos ductos pancreáticos por tumores, estreitamentos (estenoses) ou anormalidades anatômicas;
- Autoimunidade, em que o sistema imunológico ataca o pâncreas.
Quando procurar atendimento médico?
Procure atendimento médico imediato se sentir dor abdominal intensa e súbita, especialmente na parte superior do abdome, com irradiação para as costas, náuseas e vômitos persistentes, febre, inchaço abdominal, pele ou olhos amarelados, ou sinais de fraqueza e confusão.
Também é importante buscar avaliação se houver perda de peso inexplicada, fezes gordurosas, episódios frequentes de dor abdominal ou piora de sintomas em quem já teve a doença.
Diagnóstico e exames indicados
O diagnóstico da pancreatite é feito com base nos sintomas do paciente, exame físico e a confirmação por meio de exames laboratoriais e de imagem.
O primeiro passo costuma ser a dosagem de enzimas pancreáticas no sangue, como a amilase e a lipase, que geralmente estão elevadas nos casos agudos.
Exames de sangue também ajudam a avaliar sinais de infecção, inflamação e complicações, como alterações nos níveis de glicose, cálcio, triglicerídeos e função renal ou hepática.
Entre os exames de imagem mais utilizados, destacam-se a ultrassonografia abdominal, indicada especialmente para investigar cálculos biliares, e a tomografia computadorizada, fundamental para avaliar a extensão da inflamação, possíveis necroses ou coleções de líquido.
Em casos selecionados, pode-se usar a ressonância magnética ou a colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM) para avaliar os ductos biliares e pancreáticos com maior detalhamento.
Em situações crônicas ou de difícil diagnóstico, outros exames, como a endoscopia digestiva alta com ultrassom endoscópico, testes de função pancreática e até biópsia podem ser indicados.
Tratamento para pancreatite e cuidados
Nos casos da enfermidade na versão aguda leve, o paciente é internado para hidratação venosa, jejum temporário para “descansar” o pâncreas, uso de analgésicos e monitoramento constante. Com a melhora dos sintomas, a alimentação é retomada gradualmente.
Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de antibióticos (se houver infecção), nutrição por sonda ou intravenosa, drenagem de coleções ou cirurgia, especialmente se houver necrose pancreática ou complicações como pseudocistos.
Se a causa for identificada, como cálculos biliares, pode ser indicado um procedimento para remoção das pedras (CPRE) ou cirurgia da vesícula.
Na versão crônica, o tratamento foca no alívio da dor, controle das complicações e manutenção da digestão adequada.
Isso pode incluir o uso de enzimas pancreáticas orais, dieta com baixo teor de gordura, suplementos vitamínicos e, em alguns casos, cirurgia.
A abstinência de álcool e o controle rigoroso do diabetes (caso presente) são cuidados essenciais para evitar a progressão da doença.
Possíveis complicações da pancreatite não tratada
Essa é uma doença perigosa que pode evoluir rapidamente para condições ainda mais desfavoráveis, sendo elas:
- Necrose pancreática (morte do tecido pancreático);
- Infecções pancreáticas graves;
- Pseudocistos pancreáticos (acúmulo de líquido e enzimas que pode romper);
- Insuficiência pancreática exócrina (dificuldade na digestão dos alimentos);
- Diabete mellitus (pela destruição das células produtoras de insulina);
- Obstrução dos ductos biliares ou intestinais;
- Icterícia prolongada;
- Desnutrição e perda de peso crônica;
- Insuficiência respiratória (em casos graves);
- Falência de múltiplos órgãos;
- Hemorragias internas;
- Inflamação pancreática crônica irreversível;
- Maior risco de câncer de pâncreas (em casos crônicos e persistentes).
De modo geral, os sintomas de pancreatite são sinais importantes de que o pâncreas está sofrendo um processo inflamatório que pode variar de leve a grave, exigindo atenção médica imediata.
Reconhecer os sinais, compreender suas causas e buscar diagnóstico e tratamento adequados são passos fundamentais para evitar complicações sérias e preservar a qualidade de vida.
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