Olire e Lirux: As Primeiras Canetas Emagrecedoras Brasileiras e Seus Impactos na Saúde

O dia 1º de agosto de 2025 marcou uma novidade no mercado farmacêutico: o anúncio da chegada de Olire e Lirux, as primeiras canetas emagrecedoras brasileiras desenvolvidas pela EMS.

Criadas originalmente para o tratamento do diabetes, as canetas ganharam destaque ao demonstrarem eficácia também no controle de peso, ampliando seu uso para quem busca tratamento da obesidade com segurança e respaldo científico.

Após um investimento bilionário para viabilizar a produção, a EMS promete ampliar o acesso a terapias modernas. Entenda a seguir como Olire e Lirux funcionam, seus benefícios e indicações.

O que são Olire e Lirux? 

Olire e Lirux são medicamentos injetáveis desenvolvidos pela EMS que têm como princípio ativo a liraglutida. As canetas emagrecedoras de liraglutida se diferenciam da semaglutida por terem uma ação mais curta, precisando ser administrada diariamente. 

Ou seja, Olire e Lirux não são a mesma coisa que Ozempic, apesar de serem medicamentos injetáveis que agem no organismo de forma parecida. O diferencial está no ativo utilizado na fabricação.

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Olire: para que serve, benefícios e aplicação

O Olire é indicado para controle do peso em adultos e adolescentes a partir de 12 anos, com IMC igual ou superior a 27 kg/m² e presença de comorbidades relacionadas ao excesso de peso. 

Quando utilizado associado a uma dieta hipocalórica e à prática regular de atividade física, Olire tem como benefício o controle eficaz do peso, evitando a obesidade. Sua atuação promove a sensação de saciedade e reduz o apetite, auxiliando no emagrecimento. 

A sua aplicação é diária, com dose escalonada semanalmente, iniciando em 0,6 mg e podendo chegar até 3,0 mg, conforme orientação médica. 

Lirux: para que serve, benefícios e aplicação

O Lirux é indicado para o tratamento do diabetes tipo 2 em adultos, adolescentes e crianças a partir de 10 anos, especialmente quando dieta e exercícios sozinhos não oferecem controle adequado da glicemia. 

Utilizado em associação com dieta hipocalórica e prática regular de atividade física, Lirux tem como benefício a manutenção dos níveis de açúcar no sangue de forma eficaz e segura, sem causar hipoglicemia quando usado isoladamente.

A aplicação de Lirux também é diária, com dose escalonada conforme orientação médica, iniciando em 0,6 mg por dia e podendo ser ajustada até 1,8 mg. 

Principais diferenças entre Olire e Lirux

A principal diferença entre Olire e Lirux está na indicação terapêutica. O primeiro, está destinado ao tratamento da obesidade e sobrepeso. 

Por sua vez, o segundo é indicado para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2, auxiliando no controle da glicemia quando associado a dieta hipocalórica e exercícios físicos.

Outra diferença é que o Lirux pode ser usado por adultos, adolescentes e crianças a partir dos 10 anos com diabetes tipo 2. Enquanto isso, o Olire é indicado para adultos e adolescentes a partir dos 12 anos, com sobrepeso ou obesidade e comorbidades associadas. 

Ambos são formulados com liraglutida, um análogo de GLP‑1, mas têm finalidades distintas. O Lirux atua diminuindo a glicemia, retardando o esvaziamento gástrico, sem causar hipoglicemia quando usado isoladamente. 

O Olire imita o hormônio GLP‑1, agindo principalmente no cérebro para aumentar a sensação de saciedade e reduzir o apetite, favorecendo a perda de peso 

Como usar as canetas Olire e Lirux

Para usar as canetas Olire e Lirux, a primeira coisa é obter orientação médica. Dito isso, a aplicação de ambas as canetas deve ser feita de forma subcutânea, nunca em veias ou músculos. Entre os locais recomendados estão a parte da frente das coxas, abdômen e parte superior do braço.

Ambos podem ser aplicados a qualquer hora do dia. Preferencialmente, deve ser mantido o mesmo horário diário. A recomendação é que a dose não seja alterada ou o tratamento interrompido por conta própria.

Preço médio das canetas emagrecedoras brasileiras 

O preço do Olire e o preço do Lirux foram definidos para serem competitivos no mercado, com valores de entrada entre 10% e 20% menores que os de outras marcas. 

A embalagem com uma caneta parte de R$307,26. Atualmente, o preço do Lirux com duas canetas é de R$507,07, enquanto o preço de Olire com três canetas parte de R$760,61. 

Parceria Fiocruz e EMS amplia perspectivas para o uso da liraglutida e semaglutida

Poucos dias após o lançamento do Olire, a EMS anunciou um acordo inédito com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para viabilizar a produção nacional de canetas emagrecedoras à base de liraglutida e semaglutida. 

A iniciativa prevê a transferência completa da tecnologia, desde a síntese do princípio farmacêutico ativo até a formulação final, com fabricação inicial na unidade da EMS em Hortolândia (SP) e posterior transferência para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro.

Além de fortalecer a indústria farmacêutica brasileira e reduzir a dependência de importações, a parceria abre caminho para ampliar o acesso a esses medicamentos pelo SUS, principalmente para pacientes com obesidade grave ou que aguardam cirurgias bariátricas. 

A expectativa é que, com o fim das patentes, como a do Ozempic, prevista para março de 2026, seja possível reduzir custos e democratizar ainda mais o uso dos medicamentos, sendo um marco na inovação e na saúde pública no Brasil.

Apesar de não haver, ainda, uma data definida, a perspectiva é de que, em breve, o medicamento seja disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde.

Impacto das canetas emagrecedoras na saúde brasileira

Os medicamentos à base de liraglutida da EMS, integram a classe dos agonistas de GLP-1, são importantes no tratamento de obesidade e a caneta facilita esse processo.

O mercado global de agonistas de GLP-1 estava avaliado em cerca de US$52 bilhões em 2024 e deve superar US$186 bilhões até 2032, com crescimento anual médio estimado em 16,8%, segundo a Fortune Business Insights.

Atualmente, estima-se que nos EUA de 8% a 10% dos adultos estejam usando esse tipo de medicação e de 30% a 35% demonstrem interesse em começar o tratamento.

No Brasil e na América Latina, a expansão deve ser ainda mais acelerada nos próximos anos, impulsionada pela alta prevalência de obesidade e diabetes.

Existem ainda estudos que indicam que o uso desses medicamentos, em conjunto com mudanças no estilo de vida, também é capaz de reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Ou seja, é uma opção interessante, e que facilita o tratamento de pacientes com obesidade. 

No entanto, a crescente demanda, impulsionada pelo emagrecimento, levou a novas regras da Anvisa. A partir de agora é preciso receita médica em duas vias para compra, tendo a mesma a validade de 90 dias e sendo feito o registro no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados.

As medidas visam conter o uso indiscriminado e proteger pacientes que dependem do tratamento. Por serem eficientes e relativamente seguros, tendo poucas contraindicações e baixo risco de efeitos colaterais graves, isso fez com que esses medicamentos injetáveis passassem a ser muito procurados.

O problema, como dito, está na inadequação do uso, e é agravado pela grande divulgação nas redes sociais. Por exemplo, versões manipuladas ou não aprovadas pela Anvisa representam riscos, pois não seguem padrões de fabricação e segurança. 

Assim, marcas oficiais como Olire e Lirux se destacam pela eficácia, segurança e conformidade regulatória, reforçando seu papel no acesso responsável e na saúde pública. E, claro, deve vir atrelada ao acompanhamento e indicação médica. 

Conclusão

Esses medicamentos brasileiros não apenas ampliam o acesso a tratamentos modernos e eficazes, mas também representam uma resposta a um cenário global que demanda inovação, segurança e responsabilidade no uso de terapias injetáveis.

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