Demência: o que é, tipos e sinais
Entenda as causas, sintomas e evolução da demência e saiba como oferecer suporte e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

O comportamento de um paciente com demência varia, conforme o tipo e o estágio da doença, mas costuma refletir as alterações cognitivas, emocionais e físicas que ela está enfrentando.
No início, podem surgir esquecimentos frequentes, dificuldade para encontrar palavras, perda de interesse em atividades antes prazerosas e pequenos erros em tarefas do cotidiano.
Conforme a doença progride, é comum apresentar confusão sobre tempo e lugar, repetir perguntas, se perder em ambientes conhecidos e ter dificuldade para reconhecer pessoas próximas. Entenda a condição a seguir!
O que é demência?
Demência é um termo abrangente que se refere a um conjunto de sintomas que afetam a saúde mental, especialmente a memória, o raciocínio e a capacidade de realizar atividades cotidianas.
Não se trata de uma doença única, mas de uma designação geral para diferentes condições médicas que comprometem as funções cognitivas a ponto de interferir na vida diária.
O que causa demência?
As causas de demência advêm dos danos ou alterações nas células cerebrais, que prejudicam sua capacidade de se comunicar entre si e de funcionar adequadamente.
Esses danos podem resultar de diversas condições, como doenças neurodegenerativas, acidentes vasculares cerebrais, lesões cerebrais, infecções que afetam o sistema nervoso central, consumo excessivo de álcool, deficiência de vitaminas ou distúrbios metabólicos.
O tipo e a gravidade dos sintomas dependem das áreas do cérebro afetadas e da extensão do comprometimento celular.
Principais sintomas de demência
Entre as principais manifestações da condição, podemos citar:
- Perda de memória
A perda de memória é um dos sinais mais comuns. Especificamente, uma pessoa com a condição pode achar difícil lembrar informações recentes, como o que eles almoçaram ou onde deixaram suas chaves.
- Dificuldade com tarefas simples
Pacientes que sofrem com a condição podem achar difícil realizar tarefas que antes eram simples para eles, o que pode variar desde fazer café até dirigir.
- Problemas de linguagem
A dificuldade para encontrar as palavras certas para expressar o que os pacientes querem dizer é outra característica comum.
- Desorientação temporal e espacial
Uma pessoa com essa deterioração mental pode se desorientar facilmente, mesmo em locais familiares. Eles também podem perder a noção do dia ou estação do ano.
Estágios da demência
Esse declínio cognitivo costuma ser descrito em três estágios principais, sendo eles o inicial, intermediário e avançado, que indicam a progressão das manifestações e o grau de dependência da pessoa.
Veja como cada um deles ocorre, a seguir:
Estágio inicial (leve)
Os sinais são sutis e muitas vezes confundidos com o envelhecimento natural por poderem ocorrer esquecimentos frequentes de nomes ou compromissos, dificuldade para encontrar palavras, desorientação em lugares desconhecidos e perda de iniciativa.
Nele, a pessoa ainda mantém autonomia na maioria das atividades diárias.
Estágio intermediário (moderado)
Os sintomas tornam-se mais evidentes e começam a afetar significativamente a rotina.
Neste estágio, existe uma maior dificuldade para realizar tarefas cotidianas, como cozinhar ou administrar finanças, além de confusão em relação ao tempo e lugar.
Alterações de comportamento e de humor, como irritabilidade ou desconfiança, são comuns, fazendo com que a pessoa precise de supervisão ou apoio regular.
Estágio avançado (grave)
O comprometimento cognitivo e funcional é profundo. Nele, a comunicação é limitada, e ocorre a perda da capacidade de reconhecer familiares e de realizar atividades básicas, como se alimentar, se vestir ou tomar banho.
Movimentos e controle corporal também ficam prejudicados, e a pessoa se torna totalmente dependente de cuidados.
Tipos de demência
A condição pode ser classificada em 4 diferentes tipos, cada um com suas próprias causas e manifestações, sendo eles:
Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é o tipo mais comum, responsável por aproximadamente 60% a 80% dos casos. Além disso, ele é caracterizado pela degeneração progressiva das células cerebrais.
Ela está associada ao acúmulo anormal de proteínas, como beta-amilóide e tau, que afetam a comunicação entre os neurônios.
Os sinais incluem a perda de memória recente, dificuldades de linguagem, alterações de comportamento e desorientação.
Demência vascular
Decorre de problemas no fluxo sanguíneo para o cérebro, provocados por acidentes vasculares cerebrais (AVCs) ou pequenas obstruções em vasos sanguíneos cerebrais.
Isso provoca a morte de células nervosas e leva a prejuízos cognitivos, como dificuldade de planejamento, lentidão de raciocínio e problemas de atenção.
Corpos de Lewy
É causada pela presença de depósitos anormais de proteína alfa-sinucleína (corpos de Lewy) nas células cerebrais. Além de prejuízos cognitivos, é comum a ocorrência de alucinações visuais, distúrbios do sono e sintomas motores semelhantes aos da doença de Parkinson.
Frontotemporal (DFT)
Resulta da degeneração dos lobos frontal e temporal do cérebro, áreas ligadas à personalidade, comportamento e linguagem, afetando principalmente pessoas mais jovens, entre 40 e 65 anos.
Os sintomas podem incluir mudanças bruscas de comportamento, impulsividade, apatia e dificuldades na fala e compreensão.
Como a demência é diagnosticada?
O diagnóstico de demência envolve uma avaliação clínica completa realizada por profissionais de saúde, que inclui a análise do histórico médico e familiar, exames físicos e testes cognitivos para avaliar memória, atenção, linguagem e raciocínio.
Também podem ser solicitados exames laboratoriais para descartar outras causas de sintomas semelhantes, como deficiências vitamínicas ou problemas hormonais, além de exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para identificar alterações no cérebro.
O processo é detalhado e busca confirmar não somente a presença de declínio cognitivo, mas também o impacto desse declínio na vida diária da pessoa.
Tratamentos disponíveis
O tratamento para demência pretende aliviar sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida da pessoa e de seus cuidadores.
Embora não exista cura para a maioria dos tipos, algumas abordagens são muito eficientes, sendo as principais:
Medicamentos para demência
Consiste no uso de medicamentos que auxiliam no controle dos sintomas cognitivos e comportamentais.
Os inibidores da colinesterase (como donepezila, rivastigmina e galantamina) melhoram a comunicação entre as células cerebrais, enquanto a memantina regula a atividade do glutamato, contribuindo para preservar funções cognitivas.
Em alguns casos, também podem ser prescritos antidepressivos, ansiolíticos ou antipsicóticos para lidar com alterações de humor, ansiedade ou agitação.
Terapias não medicamentosas
Incluem estratégias que estimulam o cérebro e ajudam a manter habilidades funcionais pelo maior tempo possível.
A estimulação cognitiva, a terapia ocupacional e a fisioterapia são recursos que favorecem a memória, a coordenação motora e a independência nas atividades diárias.
Atividades criativas e recreativas, como música, arte ou jardinagem, também podem reduzir o estresse e promover bem-estar.
Apoio psicossocial
Envolve ações voltadas ao suporte emocional e social, tanto para a pessoa com deterioração mental quanto para seus familiares e cuidadores.
Grupos de apoio, orientação psicológica e programas comunitários contribuem para reduzir o isolamento e o estigma da doença.
Além disso, é importante adaptar o ambiente doméstico para aumentar a segurança, facilitar a rotina e evitar acidentes, preservando o máximo possível a autonomia da pessoa.
Qualidade de vida e apoio
Manter a qualidade de vida na demência envolve mais do que somente tratar os sintomas da doença.
É essencial considerar seu bem-estar físico, emocional e social, adaptando rotinas e ambientes para poder viver com o máximo de conforto, autonomia e dignidade.
Pequenas ações, como manter uma alimentação equilibrada, estimular a prática de atividades prazerosas e garantir interações sociais, podem contribuir para preservar capacidades e reduzir sentimentos de isolamento.
O apoio aos cuidadores também é fundamental, pois o cuidado contínuo pode gerar sobrecarga física e emocional.
Oferecer orientação profissional, grupos de apoio e momentos de descanso para quem cuida é tão importante quanto o acompanhamento médico da pessoa que sofre.
Um ambiente seguro, acolhedor e adaptado, aliado a uma rede de suporte familiar, comunitário e profissional, favorece não somente o controle dos sintomas da demência, mas também a construção de um cotidiano mais leve e significativo para todos os envolvidos.
Antes de iniciar ou continuar qualquer tratamento, é importante conhecer bem os medicamentos que você utiliza. Consulte a bula digital no site da Sara, para entender indicações, dosagens, possíveis efeitos colaterais e interações, garantindo um uso mais consciente e seguro.