Entenda o distúrbio neurológico da epilepsia e seus principais cuidados
A epilepsia é um distúrbio neurológico de longa duração, marcado por crises epilépticas repetidas, que ocorrem devido a alterações anormais na atividade elétrica do cérebro.

Essas descargas podem provocar desde alterações de consciência até convulsões intensas.
Em relação às causas, a epilepsia ocorre porque a atividade elétrica cerebral, que normalmente é organizada e responsável por funções vitais, passa a agir de forma descontrolada. O resultado são manifestações que variam de leves lapsos de atenção a episódios de perda de consciência e movimentos involuntários.
Reconhecida como um transtorno neurológico comum, a epilepsia afeta pessoas de todas as idades e pode ter causas diversas. Apesar de seu impacto na rotina, o avanço no diagnóstico neurológico e no tratamento da epilepsia permitiu mais controle das crises e melhor qualidade de vida.
O que é a epilepsia?
A epilepsia acontece quando o cérebro envia sinais elétricos de forma desorganizada, gerando crises com manifestações físicas, sensoriais ou comportamentais.
Para ser diagnosticado com epilepsia, a pessoa deve ter tido pelo menos duas crises não provocadas, ou seja, que não foram causadas por febre, uso de drogas ou traumas imediatos.
Algumas pessoas apresentam apenas pequenos episódios de ausência, enquanto outras vivenciam crises generalizadas com convulsão intensa. A imprevisibilidade é um dos fatores que mais impactam a vida cotidiana, reforçando a necessidade de acompanhamento constante.
Quais são as 4 fases da epilepsia?
As crises epilépticas costumam seguir quatro fases distintas. Embora nem todas as pessoas passem por todas elas, compreender o ciclo auxilia no reconhecimento e na orientação dos cuidados.
A primeira é a fase prodrômica, que pode surgir horas ou até dias antes da crise, marcada por alterações sutis de humor, irritabilidade ou dor de cabeça. Em seguida, alguns indivíduos vivenciam a fase da aura, quando percebem sinais sensoriais como cheiros incomuns, sensação de déjà vu ou formigamentos.
Na terceira fase, chamada de fase ictal, corresponde ao momento da crise em si, podendo incluir perda de consciência, movimentos involuntários, rigidez muscular ou alterações comportamentais.
A última fase é a pós-ictal, e é caracterizada pela recuperação do cérebro, que pode trazer confusão mental, fadiga intensa e dores. Aqui é preciso ter atenção, pois é quando existe uma maior necessidade de suporte e segurança.
Tipos de epilepsia e crises epilépticas
Em relação aos tipos
- Epilepsia focal;
- Epilepsia generalizada;
- Epilepsia combinada;
- Epilepsia de causa desconhecida.
Cada epilepsia pode gerar uma crise. As crises focais acontecem quando a atividade elétrica anormal se concentra em apenas uma região do cérebro.
Dependendo da área atingida, a pessoa pode apresentar movimentos involuntários, sensações estranhas ou alterações de consciência. Em alguns casos, o episódio pode evoluir para uma crise mais ampla, espalhando-se para outras regiões cerebrais.
Já as crises generalizadas envolvem os dois hemisférios do cérebro desde o início. Nelas, é comum haver perda de consciência e manifestações motoras mais intensas, como rigidez muscular ou abalos em todo o corpo, caracterizando a convulsão tônico-clônica.
Outros subtipos incluem as crises de ausência ou causa desconhecida, mais frequentes em crianças, que se apresentam como breves lapsos de atenção. Também existem crises mistas ou de início desconhecido, quando não é possível identificar com clareza se o episódio começou em uma área específica ou em todo o cérebro.
Sintomas mais comuns
Os sintomas da epilepsia incluem episódios repetitivos e inesperados, que variam em intensidade e duração.
Entre os sinais mais comuns estão lapsos de consciência, confusão temporária, movimentos espasmódicos incontroláveis, perda de consciência com quedas súbitas e alterações de percepção, como alucinações visuais ou auditivas. Em crianças, pode aparecer como um olhar fixo e ausência de resposta por alguns segundos.
Causas e fatores de risco
As causas da epilepsia são múltiplas e refletem alterações estruturais, funcionais ou químicas no cérebro.
Entre os fatores de risco mais frequentes estão o histórico familiar da condição, traumatismos cranianos, infecções do sistema nervoso central, malformações cerebrais, tumores e doenças vasculares como o acidente vascular cerebral.
A idade também é importante: tanto crianças quanto idosos apresentam maior predisposição, cada um por motivos distintos.
Em muitos casos, a origem está na predisposição genética, que aumenta a chance de o cérebro apresentar descargas elétricas anormais. Outra possibilidade é o dano cerebral adquirido, resultado de traumas, tumores, infecções ou sequelas de doenças como meningite.
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O que provoca uma crise epiléptica?
Uma crise epiléptica pode ser provocada por diferentes situações que desestabilizam a atividade elétrica do cérebro. Entre os fatores mais comuns estão privação de sono, estresse intenso, febre, consumo excessivo de álcool ou drogas e até estímulos luminosos, como luzes piscantes.
Também existem casos em que alterações hormonais ou mudanças metabólicas contribuem para a ocorrência de crises.
Identificar e prevenir seus desencadeadores faz parte dos cuidados diários com epilepsia, ajudando a reduzir a frequência das crises e favorecendo o bem-estar.
Epilepsia em diferentes faixas etárias
A epilepsia pode se manifestar em qualquer fase da vida, mas suas características variam conforme a idade.
Em crianças, as crises muitas vezes estão ligadas a fatores como complicações no nascimento, má-formação cerebral ou febres altas prolongadas. Por isso, a infância exige atenção redobrada, já que os sintomas podem ser confundidos com outros problemas de desenvolvimento.
Na fase adulta, causas como traumatismos cranianos, consumo de substâncias e estresse tendem a ser mais relevantes. Já em idosos, condições como acidente vascular cerebral, demência e doenças degenerativas aumentam significativamente o risco, tornando os idosos uma faixa especialmente vulnerável.
Cada etapa da vida apresenta desafios únicos, e o acompanhamento médico deve ser adaptado às necessidades do paciente, garantindo segurança e redução dos impactos sobre a rotina.
Fatores que podem desencadear crises
Os fatores desencadeantes das crises epilépticas variam, mas conhecer seus gatilhos ajuda na prevenção de crises e no manejo diário.
Entre os principais estão noites mal dormidas, estresse físico ou emocional e consumo de substâncias estimulantes. Mudanças bruscas de luminosidade, uso irregular de medicamentos anticonvulsivantes e até alterações hormonais também podem precipitar episódios.
O impacto desses fatores difere de pessoa para pessoa, e evitar os desencadeadores mais comuns é uma medida que complementa o tratamento clínico e melhora a saúde do cérebro.
Diagnóstico da epilepsia
O diagnóstico de epilepsia é realizado por meio de avaliação clínica detalhada e exames complementares.
Nesse processo, o neurologista se baseia no histórico do paciente, na descrição das crises e, sempre que possível, em relatos de pessoas que testemunharam os episódios.
Exames como eletroencefalograma, tomografia e ressonância magnética são utilizados para identificar descargas elétricas anormais ou alterações estruturais no cérebro.
Tratamento e manejo da doença
O tratamento da epilepsia inclui o uso de medicamentos anticonvulsivantes, que ajudam a estabilizar a atividade elétrica do cérebro e prevenir crises. Fármacos como carbamazepina, ácido valproico, lamotrigina e levetiracetam são alguns exemplos utilizados conforme orientação médica.
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Quando os medicamentos não são suficientes, terapias alternativas como estimulação do nervo vago, dietas específicas e até intervenções cirúrgicas podem ser consideradas.
Epilepsia pode matar?
A epilepsia em si não é considerada fatal, mas complicações associadas podem representar riscos.
Crises prolongadas, chamadas de estado epiléptico, e acidentes durante episódios são situações que exigem intervenção imediata. Seguir corretamente o tratamento e adotar medidas preventivas são a melhor forma de reduzir perigos e preservar a qualidade de vida.
Cuidados diários e prevenção de crises
Adotar cuidados diários é a melhor forma de para conviver melhor com a epilepsia. Dormir bem, manter horários regulares de medicação e evitar consumo de álcool ou drogas ajudam a reduzir o risco de crises.
Praticar exercícios físicos de forma equilibrada, ter acompanhamento médico constante e manter uma rotina organizada também favorecem a estabilidade. Além disso, compartilhar informações sobre a doença com familiares, amigos e colegas de trabalho pode aumentar a rede de apoio em situações emergenciais.
Conviver com a epilepsia
Viver com epilepsia exige adaptações, mas não significa abrir mão da qualidade de vida. O manejo da doença permite que muitas pessoas mantenham suas atividades sociais, profissionais e acadêmicas.
Outro ponto é o suporte emocional, seja através de familiares, grupos de apoio ou psicoterapia, também auxilia em todo o processo. Lidar com o estigma e com o impacto das crises pode ser desafiador, mas a informação correta é um recurso poderoso para reduzir barreiras e ampliar oportunidades.
Com os avanços em diagnóstico e tratamento, conviver com a epilepsia hoje é uma realidade cada vez mais positiva.
Lembre-se de que cada pessoa responde ao tratamento da epilepsia de maneira única, por isso, ajustes podem ser necessários ao longo do tempo. Medidas de autocuidado, como noites bem dormidas, controle do estresse e atenção aos fatores que desencadeiam crises, são complementos indispensáveis para manter a estabilidade.
Cuidar da saúde do cérebro é um investimento no presente e no futuro, e contar com informações confiáveis é parte desse processo. A Sara está ao seu lado para apoiar pacientes, familiares e profissionais de saúde, conectando-os a conteúdos atualizados e acesso facilitado às bulas digitais.