
Mais do que um sintoma, ela representa um mecanismo natural de defesa, em que o organismo eleva a temperatura corporal para combater agentes invasores.
Em muitos casos, a febre não é motivo de alarde, mas sim um indicativo de que o sistema imunológico está ativo. No entanto, quando se torna muito alta, persistente ou acompanhada de outros sintomas intensos, pode sinalizar doenças mais graves que exigem atenção médica.
Compreender o que a febre indica e saber como agir diante dela é a melhor forma de evitar riscos, principalmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
A febre é uma elevação da temperatura corporal acima dos valores considerados normais, geralmente superiores a 37,8 °C, causada por uma resposta do corpo a processos infecciosos ou inflamatórios.
Essa reação acontece porque o cérebro, ao detectar a presença de agentes estranhos — como vírus, bactérias ou toxinas —, eleva o ponto de regulação térmica no hipotálamo.
Isso faz com que o corpo produza mais calor e reduza a perda térmica, resultando no aumento da temperatura. Mesmo sendo desconfortável, a febre tem um papel protetor, ajudando a reduzir a replicação de micro-organismos e estimulando a ação das células de defesa.
A resposta febril varia conforme a idade.
Crianças e bebês tendem a apresentar aumentos de temperatura mais rápidos, pois o sistema imunológico ainda está amadurecendo. Já adultos e idosos podem ter reações mais discretas, mas com maior risco de desidratação ou fadiga intensa.
Nos pequenos, é importante observar sinais como irritabilidade, sonolência, recusa alimentar ou choro constante. Em adultos, atenção para febre associada a doenças crônicas ou queda brusca de energia, que podem indicar infecções mais sérias.
Confira em detalhes como é classificada a febre em adultos e crianças:
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Classificação |
Medida (em °C) |
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Temperatura normal |
até 37,2 °C |
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Estado febril |
entre 37,3 °C e 37,8 °C |
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Febre moderada |
entre 37,9 °C e 38,5 °C |
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Febre alta em adultos |
acima de 38,5 °C |
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Classificação |
Medida (em °C) |
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Temperatura normal |
até 37 °C |
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Estado febril |
entre 37,1 °C e 37,8 °C |
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Febre moderada |
entre 37,9 °C e 38,9 °C |
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Febre alta em crianças |
acima de 39 °C |
Atenção: em qualquer faixa etária, a febre persistente, acompanhada de desidratação, sonolência extrema, manchas pelo corpo ou dificuldade para respirar, requerem avaliação médica imediata.
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A aferição correta da temperatura corporal é o primeiro passo para interpretar a febre. Existem diferentes tipos de termômetros, e o ideal é escolher o que oferece maior precisão conforme a idade e o local de medição.
O termômetro digital é o mais usado por sua praticidade e rapidez, podendo ser colocado na axila, boca ou reto (em bebês). Por outro lado, o termômetro infravermelho mede sem contato direto, sendo útil para crianças agitadas. Já o termômetro de mercúrio, hoje em desuso, deve ser evitado por conter material tóxico.
Em bebês, o uso retal é o mais preciso, sempre com orientação pediátrica. Lembre-se de higienizar o termômetro após cada uso e evitar medições logo após banhos ou exercícios, pois podem alterar o resultado.
As infecções virais, como gripe, resfriado e Covid-19, estão entre as causas mais comuns de febre. Nesse caso, o corpo aumenta a temperatura corporal para combater os vírus, e o quadro costuma vir acompanhado de mal-estar e dores no corpo. Quando a origem é bacteriana, como em amigdalite, infecção urinária ou pneumonia, a febre tende a ser mais alta e prolongada, exigindo o uso de antibióticos.
O organismo também pode reagir com febre em situações de inflamação, como em doenças autoimunes ou após cirurgias, quando há liberação de substâncias que alteram o controle térmico. Já em casos de desidratação ou exposição excessiva ao sol, o aumento da temperatura não é infeccioso, mas decorre da incapacidade do corpo de dissipar o calor.
Por fim, alguns medicamentos e vacinas podem provocar febre temporária, conhecida como febre medicamentosa, que tende a desaparecer em poucos dias, sem complicações.
O primeiro sintoma de febre costuma ser a sensação de calor corporal acima do normal, acompanhada por calafrios, mal-estar, fadiga e uma leve confusão mental em alguns casos.
Além da sensação térmica alterada, podem surgir dores no corpo, dor de cabeça e uma sensibilidade maior à luz e ao som, reflexos da resposta do sistema nervoso central ao aumento da temperatura.
Em algumas situações, a febre vem acompanhada de náuseas, falta de apetite e sonolência, sintomas que refletem o esforço do organismo para combater uma possível infecção. É comum também que a febre se manifeste com sudorese e pele quente ao toque, seguidas de períodos em que a pessoa sente frio, mesmo em ambientes aquecidos.
O tratamento da febre depende diretamente da causa que a desencadeia. Na maioria das vezes, o foco é aliviar o desconforto e apoiar o corpo em seu processo natural de defesa.
Os antitérmicos mais utilizados são o paracetamol e a dipirona, ambos eficazes para reduzir a temperatura e aliviar sintomas como dor e cansaço.
Remédios caseiros, como compressas frias e banhos mornos, podem ajudar a aliviar o desconforto, desde que feitos com cuidado. Evite o uso de álcool ou banhos gelados, pois podem causar quedas bruscas de temperatura e tontura.
Cuidar do corpo durante um quadro de febre vai além da medicação.
Mantenha a hidratação constante com água, sucos naturais e caldos leves, isso ajuda a compensar a perda de líquidos provocada pela sudorese. É importante também priorizar o repouso, permitindo que o sistema imunológico direcione energia à recuperação.
Durante os períodos de calor intenso, vista-se com roupas leves e mantenha o ambiente ventilado.
Evite cobertores pesados e prefira compressas frias em áreas como testa e nuca para aliviar o desconforto. Alimentar-se de forma leve e fracionada, com frutas, vegetais e sopas, também contribui para o equilíbrio metabólico enquanto o corpo se recupera.
Saber quando procurar um médico é tão importante quanto identificar a febre. A orientação profissional é indispensável quando há febre alta em adultos acima de 39 °C, febre em crianças persistente por mais de 24 horas ou quando o sintoma aparece acompanhada de dificuldade respiratória, erupções na pele, convulsões ou dor abdominal intensa.
Adultos com doenças crônicas, como diabetes, insuficiência cardíaca ou condições imunológicas, também devem buscar avaliação precoce. O mesmo vale para bebês menores de três meses, mesmo em casos de febre leve.
Como vimos, a febre, apesar de comum, merece atenção e cuidado. Observar os sintomas, manter a hidratação e respeitar os limites do corpo são atitudes essenciais para uma recuperação segura. Em qualquer situação, a busca por orientação médica é o passo mais importante para identificar a causa e garantir o tratamento adequado, especialmente quando há persistência ou agravamento do quadro.
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Ainda tem dúvidas sobre a febre? Nós te ajudamos!
Não. A temperatura corporal considerada normal varia entre 36°C e 37,2°C. Quando o termômetro marca exatamente 37°C, o corpo ainda está dentro do intervalo de normalidade.
Os principais tipos são: febre contínua, quando a temperatura se mantém elevada sem grandes oscilações; febre intermitente, em que a temperatura alterna entre normal e alta ao longo do dia; febre remitente, que apresenta variações, mas sem retornar totalmente ao normal; e febre recorrente, que desaparece por alguns dias e depois retorna.
A febre alta ocorre quando a temperatura ultrapassa 39°C. Nesses casos, é importante agir com cuidado: faça compressas frias, mantenha-se hidratado e evite roupas pesadas.
Se a temperatura continuar subindo ou vier acompanhada de confusão mental, rigidez na nuca ou falta de ar, procure atendimento médico imediatamente para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado.