O que preciso saber sobre os riscos da insulina?

O tratamento com insulina para diabetes revolucionou o cuidado com a doença e permitiu que milhões de pessoas levassem uma vida mais saudável e plena.

Por Redação Sara
10/09/2025 Atualizado há 10 horas
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O que preciso saber sobre os riscos da insulina?

Mais do que um medicamento, ela é uma ferramenta que possibilita o equilíbrio da glicemia e previne complicações sérias ligadas à doença. No entanto, como todo tratamento, exige cuidados, já que seu uso inadequado pode trazer efeitos indesejados e aumentar os riscos da insulina.

A insulina desempenha um papel vital no organismo, mas sua aplicação incorreta ou mal ajustada pode levar a episódios de hipoglicemia e insulina, ao ganho de peso e até às complicações do uso a longo prazo. 

Compreender esses riscos não significa que a insulina deva ser vista de forma negativa, mas sim como uma oportunidade de adotar escolhas mais seguras e conscientes. Entenda como a terapia funciona, quais são seus benefícios e quais cuidados ajudam a reduzir os impactos indesejados.

Insulina: o que é e por que é usada?

A insulina é um hormônio essencial, produzido pelo pâncreas, que tem como principal função permitir a entrada da glicose nas células para que o corpo tenha energia. 

Quando o organismo deixa de produzir ou passa a utilizar mal esse hormônio, como ocorre no diabetes tipo 1 e em alguns casos de diabetes tipo 2, torna-se necessário iniciar o tratamento com insulina.

Com a insulina, você mantém sua glicemia em níveis adequados e evita complicações graves, como problemas nos rins, no coração e nos olhos. Mas, a dosagem de insulina deve sempre ser ajustada pelo seu médico, levando em conta fatores como idade, peso, alimentação e rotina de atividades físicas. 

Leia também: Insulina: o que é, para que serve e como usar

Qual é a função da insulina?

A função da insulina vai muito além de regular o açúcar no sangue. Ela é responsável por permitir que a glicose seja utilizada como energia, mantendo o organismo ativo e equilibrado. Sem essa ação, os níveis de glicose aumentam, comprometendo tecidos e órgãos e elevando o risco de complicações.

Principais riscos da insulina

Os riscos da insulina aparecem principalmente quando há falhas no uso, como excesso ou falta da dose indicada. A aplicação acima do necessário pode levar a episódios de hipoglicemia e insulina, condição marcada por queda súbita da glicose no sangue, que provoca sintomas como tremores, palpitações e até perda de consciência.

Quando o tratamento não é bem ajustado, existe a possibilidade de surgirem complicações do uso de insulina, como oscilações frequentes da glicemia e maior risco de descompensação metabólica.

Saiba que os riscos não anulam a relevância do medicamento. Com monitoramento médico, ajustes de dose e hábitos de vida equilibrados, a insulina se mantém como um dos pilares mais eficazes para o controle do diabetes, garantindo segurança ao paciente.

Qual o principal risco para o paciente que usa insulina?

O risco mais significativo do uso da insulina é a hipoglicemia, condição em que a quantidade de glicose no sangue cai abaixo do que o corpo necessita para funcionar adequadamente. Esse quadro pode causar fraqueza, tontura, visão embaçada e, em situações mais graves, desmaios.

Embora preocupante, ela pode ser evitada com acompanhamento médico e atenção às orientações de uso. Quem utiliza insulina sempre é orientado a monitorar a glicemia regularmente e manter por perto alimentos ou bebidas que ajudem a corrigir quedas súbitas.

Tipos de insulina e seus riscos específicos

Existem 7 tipos de insulina:

  1. de ação rápida/ultrarrápida;
  2. de ação intermediária;
  3. de ação prolongada/ultralonga;
  4. de ação ultra-prolongada;
  5. combinada;
  6. de inalação;
  7. de ação curta.

Cada uma possui características e riscos específicos, que você verá na sequência em detalhes.

1. Insulina de ação rápida/ultrarrápida

Esse tipo de insulina age em poucos minutos após a aplicação e é indicada para controlar os picos de glicemia que acontecem logo após as refeições. 

O principal risco é a ocorrência de hipoglicemia quando a dose não é ajustada de forma adequada ou quando há jejum prolongado.

2. Insulina de ação intermediária

Tem efeito mais prolongado do que as rápidas, costuma ser usada para manter níveis estáveis de glicose ao longo do dia ou da noite. 

Seus riscos envolvem variações inesperadas na glicemia, principalmente durante a madrugada, exigindo atenção ao horário correto de aplicação e à dosagem de insulina.

3. Insulina de ação prolongada/ultralonga

Ela fornece uma liberação contínua do hormônio por mais de 24 horas, aproximando-se da produção natural do organismo. 

Para esse tipo, o risco mais comum é o acúmulo da dose, que pode ocorrer quando não há intervalos regulares ou quando se combina com outras insulinas sem orientação médica.

4. Insulina de ação ultra-prolongada

Esse tipo de insulina tem uma duração que pode ultrapassar 36 horas, oferecendo praticidade pela menor frequência de aplicações. 

O risco está na dificuldade de corrigir uma dose excessiva, já que seu efeito permanece ativo por muito tempo, podendo aumentar a chance de complicações do uso de insulina.

5. Insulina combinada

Esse tipo reúne insulina de ação rápida e intermediária em uma mesma aplicação. 

Embora traga comodidade, o risco é a dificuldade de ajustar a proporção ideal para cada paciente, o que pode levar tanto à hipoglicemia e insulina quanto ao descontrole da glicemia.

6. Insulina de inalação

Mais recente, é administrada por via respiratória e costuma ser usada em conjunto com outros tipos de insulina. 

Seus riscos envolvem irritação nas vias aéreas, tosse e maior atenção em pacientes com doenças respiratórias.

7. Insulina de ação curta

Semelhante às rápidas, mas com início de ação um pouco mais lento, é indicada para uso antes das refeições. 

Nessa insulina, o risco está em possíveis atrasos na absorção, o que pode gerar picos de glicose se a aplicação não for feita no tempo adequado.

Cuidados para reduzir os riscos

Embora existam diferentes tipos de insulina, todos compartilham um princípio básico: precisam ser usados com acompanhamento e precisão. 

Reduzir os riscos da insulina envolve não apenas aplicar a dose recomendada, mas também monitorar a glicemia com frequência e respeitar a rotina alimentar. Outro cuidado está na forma de aplicação e na alternância dos pontos de aplicação.

Seguir horários fixos e armazenar corretamente o medicamento também fazem a diferença no controle da doença.

Quais são os efeitos colaterais da insulina?

Entre os efeitos colaterais da insulina, os 5 mais relatados são:

  1. Hipoglicemia;
  2. Ganho de peso usando insulina;
  3. Reações no local da aplicação;
  4. Retenção de líquidos;
  5. Alterações visuais temporárias.

A hipoglicemia e a insulina estão diretamente relacionadas, já que o hormônio reduz os níveis de açúcar no sangue. Quando a dose é maior do que a necessária ou quando o paciente fica em jejum por muito tempo, os sintomas podem incluir tremores, suor frio, palpitações e confusão mental. Esse é um dos efeitos mais monitorados no tratamento com insulina.

O ganho de peso usando insulina também pode acontecer, especialmente porque o corpo passa a aproveitar melhor a glicose disponível. Esse efeito, embora comum, deve ser acompanhado pelo médico, já que estratégias nutricionais e de atividade física podem equilibrar a situação.

As reações no local da aplicação incluem vermelhidão, dor e endurecimento da pele. Embora não sejam graves, podem comprometer a absorção, reforçando a necessidade de variar os pontos de aplicação. Já a retenção de líquidos pode causar inchaço, e as alterações visuais, geralmente temporárias, estão ligadas ao processo de adaptação do corpo ao controle da glicemia.

Diferença entre efeitos esperados e riscos reais

Pequenas alterações no corpo são efeitos esperados e podem ocorrer durante o ajuste inicial da dosagem de insulina, mas muitas vezes fazem parte da adaptação. Já os riscos reais estão ligados a situações em que há descontrole, como episódios frequentes de hipoglicemia ou falhas graves no uso.

Por isso, compreender que nem todo efeito colateral é sinal de complicação ajuda a reduzir a ansiedade do paciente e evita a interrupção inadequada do tratamento. 

Consequências psicológicas do uso contínuo da insulina

Para algumas pessoas, o tratamento com insulina vai além do aspecto físico. Existe um impacto emocional, especialmente quando precisam lidar com a rotina de aplicações diárias. 

Além disso, o medo de agulhas é algo muito presente, assim como a preocupação com episódios de hipoglicemia em público e a sensação de dependência podem gerar ansiedade e até sintomas depressivos. 

Caso você precise, busque por apoio psicológico – compartilhar experiências em grupos de suporte e conversar com familiares sobre as dificuldades podem ajudar a aliviar esse peso emocional.

Leia também: Saúde Mental: Cuidando do seu Bem-Estar 

Complicações do uso incorreto

Quando a insulina não é usada de forma correta, as consequências podem ser graves. Aplicar doses em excesso, esquecer aplicações ou utilizar técnicas inadequadas pode levar ao descontrole da glicemia e, a longo prazo, aumentar o risco de complicações como problemas renais, cardíacos e neurológicos.

O tratamento com insulina representa a chance de manter a qualidade de vida, prevenir complicações e reduzir o impacto das alterações metabólicas ao longo do tempo. Manter-se informado sobre as diferentes opções de insulina e os cuidados necessários fortalecem o papel do paciente no próprio cuidado.

Na Sara, você encontra informações confiáveis sobre medicamentos, bulas digitais e conteúdos que apoiam tanto pacientes quanto médicos no processo de decisão.