O que você precisa saber sobre os riscos da Semaglutida

Você pensa em tomar remédios para emagrecer, mas teme os efeitos colaterais? Já ouviu falar dos riscos da Semaglutida e não sabe ao certo o que isso significa? 

Nos últimos anos, o medicamento ganhou fama pelos resultados rápidos. Um estudo de 2021 mostrou que, após 68 semanas de uso da medicação, 86,4% dos participantes perderam pelo menos 5% do peso corporal. 

Quer descobrir se os benefícios compensam os riscos da Semaglutida? Leia mais e entenda todos os detalhes!

Aprofunde-se no assunto: Como lidar com os efeitos colaterais do Ozempic e tornar o tratamento mais leve

O que é Semaglutida?

A semaglutida é um medicamento injetável empregado no tratamento do diabetes tipo 2. Sua versão mais conhecida é o Ozempic, aplicada em doses de até 1 mg.

Com o acompanhamento clínico, médicos perceberam que muitos pacientes que utilizavam a substância apresentavam grande perda de gordura. 

Essa observação abriu caminho para o uso da medicação em pessoas com obesidade, mesmo antes da aprovação oficial para essa finalidade, concedida pela Anvisa em 2018.

Como funciona a Semaglutida?

A medicação age imitando a ação do GLP-1, hormônio liberado pelo corpo após a ingestão de alimentos. 

Quando o indivíduo termina de comer, ele envia sinais ao cérebro que aumentam a sensação de saciedade e reduzem o apetite. Dessa forma, a pessoa tende a comer menos.

Além de atuar no controle da fome, a substância estimula o pâncreas a liberar insulina quando os níveis de glicose estão altos. 

A insulina é responsável por transportar o açúcar do sangue para dentro das células, onde será aproveitado como energia.

Graças a essa combinação, o fármaco contribui tanto para a perda de peso quanto para o controle do diabetes tipo 2.

Para quem é indicada?

As indicações são para casos de:

• Diabetes tipo 2 descontrolado: quando outras alternativas não foram suficientes.
• Obesidade em adultos: pacientes com IMC acima de 30.
• Sobrepeso em adultos: IMC acima de 27 associado a condições como hipertensão, doenças cardiovasculares, pré-diabetes, apneia do sono, colesterol alto, dislipidemia ou gordura no fígado.
• Obesidade em adolescentes: acima de 12 anos e com mais de 60 kg, junto a dieta e exercícios.

A decisão deve ser tomada por um médico, que avalia cada caso e considera outros fatores, como demais medicações, histórico de saúde e alergias.

Principais riscos e efeitos colaterais da Semaglutida

Os efeitos colaterais da Semaglutida mais relatados na literatura médica são:

• Náuseas, vômitos e diarreia
• Constipação e dor abdominal
• Queda de cabelo
• Mudanças na sensibilidade da pele (formigamento, dor ou queimação)
• Reações no local da aplicação
• Flacidez, rugas e envelhecimento facial precoce
• Deficiência nutricional com impacto direto na pele
• Casos isolados de doenças autoimunes cutâneas (como penfigoide bolhoso e lúpus)

Importância da alimentação e hidratação durante o uso

Os cuidados com Semaglutida envolvem ajustes na dieta e na ingestão de líquidos. 

As recomendações relacionam-se à ingestão de uma quantidade adequada de proteínas, carboidratos, gorduras saudáveis e fibras. Além disso, a hidratação regular é indispensável para o bom funcionamento do organismo. 

Suplementos podem ser necessários em alguns casos, sempre com orientação médica ou nutricional.

Nutricionistas elaboraram uma lista de orientações sobre alimentação saudável voltadas a homens e mulheres em terapia à base de GLP-1:

• Proteína: 60 a 70 g por dia (feijão, frutos-do-mar, carne magra, aves, ovos e laticínios com baixo teor de gordura).
• Carboidratos: 45% a 65% da ingestão energética, priorizando grãos integrais, frutas, vegetais, nozes e sementes; limite açúcares adicionados a menos de 10%.
• Gorduras: 20% a 35% das calorias diárias, priorizando óleos vegetais, abacate, peixes gordurosos, nozes e sementes; evite frituras e excesso de gordura saturada.
• Fibras: 21 a 25 g para mulheres e 30 a 38 g para homens; quando necessário, utilizar suplemento de fibra.
• Líquidos: 2 a 3 litros por dia, preferindo água, bebidas de baixa caloria e laticínios magros; reduzir cafeína.
• Suplementos: multivitaminas, cálcio e vitamina D, conforme orientação.

O acompanhamento com médico e nutricionista é fundamental para adequar a dieta de acordo com cada rotina e evitar carências nutricionais.

Interações medicamentosas da Semaglutida

O tratamento com Semaglutida é mais delicado quando há associação com outros remédios. Embora, geralmente, não seja necessário ajustar doses, é essencial conhecer como essas interações funcionam. 

Paracetamol

O atraso no esvaziamento gástrico reduziu a absorção inicial do paracetamol. Houve queda de 27% na AUC0-60min e de 23% na Cmax. 

Apesar disso, a exposição total em 5 horas não mudou. Logo, não é recomendado modificar a dosagem quando os dois fármacos são administrados juntos.

Contraceptivos orais

A absorção do etinilestradiol permaneceu estável. Já a exposição ao levonorgestrel aumentou cerca de 20%, sem impacto clínico relevante. Dessa forma, os contraceptivos orais mantêm sua eficácia.

Atorvastatina

O nível máximo de atorvastatina (Cmax) caiu 38% após administração concomitante, mas a exposição geral não se alterou. 

Digoxina

A Semaglutida não afetou a absorção nem a concentração máxima da digoxina após dose única.

Metformina

Os parâmetros de absorção e concentração da metformina não sofreram mudanças, mesmo após uso contínuo combinado.

Varfarina

A absorção da varfarina não foi modificada. Porém, recomenda-se monitorar com frequência a INR após o início do tratamento com Semaglutida.

Contraindicações e grupos que devem evitar a Semaglutida

As contraindicações da Semaglutida abrangem situações em que o uso desse medicamento para diabetes representa perigo à saúde. 

Pessoas alérgicas ao princípio ativo ou a qualquer componente da fórmula não devem utilizá-la. Também é preciso cuidado quando há casos na família de reações adversas à substância.

Entre os cenários que impedem a administração da droga, estão: gravidez, amamentação, idade inferior a 18 anos (exceto quando orientado pelo médico), pancreatite, diabetes tipo 1 e cetoacidose diabética. 

Problemas no fígado, nos rins, histórico de retinopatia ou de câncer medular de tireoide (pessoal ou familiar) também entram nessa lista. Casos de doenças psiquiátricas merecem supervisão intensa, uma vez que o fármaco é capaz de agravar alguns quadros.

Cuidados durante o uso

Antes de iniciar a terapia, informe ao profissional de saúde sobre doenças mentais, da tireoide, pâncreas, vesícula, rins ou problemas digestivos. 

A administração do remédio deve seguir a prescrição exata, respeitando doses e locais indicados para injeção, alternando os pontos de aplicação. Em caso de dose esquecida, siga as orientações médicas, sem mudanças por conta própria. 

O monitoramento deve contar com consultas regulares e exames laboratoriais para verificar glicemia, função renal e mudanças relacionadas à ingestão do fármaco.

Algumas complicações sinalizam para atendimento urgente, como dor abdominal intensa, ínguas no pescoço, pele ou olhos amarelados, alteração da visão, inchaço ou redução do volume urinário. 

Esses sintomas podem apontar para quadros graves, como pancreatite, problemas renais ou distúrbios na tireoide, e devem ser comunicados ao especialista sem demora.

FAQ - Perguntas Frequentes

O que a Semaglutida pode causar?

Pode causar náuseas, vômitos, diarreia, constipação, dor abdominal, desconfortos na pele e queda de cabelo. Reações raras incluem problemas autoimunes e agravamento da retinopatia diabética.

É seguro tomar Semaglutida?

Sim, desde que haja acompanhamento especializado. É fundamental avaliar condições de saúde, alergias e interações medicamentosas.

A Semaglutida pode causar cegueira?

Um estudo publicado na JAMA Ophthalmology sugere que os usuários têm risco raro de desenvolver NOIA-NA, um distúrbio ocular que afeta o nervo óptico. A pesquisa não prova causa direta, mas sinaliza a necessidade de supervisão clínica.

Quantos kg se perde em 1 mês com Semaglutida?

A diminuição das medidas varia por pessoa. Pesquisas mostram resultados graduais, geralmente algumas centenas de gramas a poucos quilos por mês, dependendo de dieta e exercícios.

A informação que você precisa está na Sara!

A decisão de iniciar o tratamento requer uma avaliação médica cuidadosa, pois os riscos da Semaglutida podem acarretar alterações sérias. Por isso, cada paciente precisa compreender bem os benefícios e limitações antes de começar a injetá-la.

Vale lembrar que nem todos se beneficiam desse remédio. Existem contraindicações definidas, além da necessidade de avaliação constante para prevenir agravamentos. 

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